quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

INVIOLÁVEL FORTALEZA EM GIORGIO DE CHIRICO


O homem é Giorgio de Chirico!

Solitário passo entre as casas
- Sou Giorgio de Chirico!
O homem que sou
é um de Chirico...:
um Giogio de Chirico!

Em solitude absoluta
passo com o sapato
cujo chiado em atrito com o solo
canta a solidão relativa
reativa
ratificada
pela cantaria obrada em desenho de gárgula
no canto debuxado nas pedras
da igreja cujo cantochão
canta ao rés-do-chão
- ao rás do chão...,
razoavelmente

Passo no passo do sapato
que recolheu pedras no caminho
de Carlos Drummond de Andrade
cavalgando a mulinha do leite
qual fosse outro Dom Quixote de La Mancha,
digo : das minas gerais
de Minas Gerais
dos campos gerais...

Olhos d´água me molham o verso
- olhos na água que me espelha
e especula-me a solidão pétrea
de um Narciso-monge-cartuxo

Mesmo quem me toca
- toca-me tuba trombone saxofone
violino piano
ou instrumento de percussão
porquanto o homem carrega-os em si
no si musical da Musa
que inventou a música
o músico e o instrumento musical

Contudo Musa que é musa
é criatura de homem
- o criador da não-natureza
na cultura
objeto de estudo
para astuto etnólogo
empós etnografia de Malinovski
nas Ilhas Trobriand
assentados sobre atóis coralinos
( porém prefiro imaginar
a Polinésia para os Argonautas do polonês
- nautas em outras plagas
Melanésia Micronésia
território de Guam... )

O homem
o monge
o solitário...:
sou Giorgio de Chirico
e na minh'alma
a solidão tem tal acento tônico
tal tonicidade grave
que quando beijo
não me beija ela
pois quando ela beija
não há beijo meu
em correspondência
porque o beijo de Klint
nem o meu
nem tampouco o beijo dela
por mais sequioso ou ávido
que estejam os lábios carnudos
no vermelho do batom
não pode ser correspondido
- que é a solidão do homem
é barreira intransponível
ainda para a mulher amada! :
Ou o filho e a filha queridos
amados entes
( O ósculo e o amplexo
é sempre o de Heitor e Andrômaca
na escultura de Giorgio de Chirico
que olha para a perspectiva
do impensável filosófico
retratando a melancolia profunda
afiada pelo outono à tarde
- Ah! tudo é muito tarde!
para qualquer gesto desesperado
- de Klint! )

O homem sou eu
- e eu sou Giorgio de Chirico! :
ou a solidão nefasta
de Giorgio de Chirico
segue-me como sombra
sombria na noite fria
pintada a Joan Miró
na melhor noite
da solidão espasmódica da mulher
- dentro da vela da noite escura
no breu das trevas
com negro batom,
nigérrimo esmalte nas unhas
para arranhar a tez

Eu sou o homem!
- sou Giorgio de Chirico
em vasta e impensada solidão :
lancinante solitude noctambular!
Errante entre os noctívagos
vagos vagabundos vadios
errabundos vaga-lumes

Sozinho na vela da treva
navego no barco à vela negra
rompendo a treva espessa
guiado pela esguia enguia
que enche a barra da alva
na flor de laranjeira
que odora o ar
- que adora o vento
com sua fragrância
a incensar a brisa
em noite negra
na qual sigo impensável
a cavaleiro de mim
- no meu rasto
que é o único
que posso ver ou ler no chão
quer faça treva ou luz
preto no branco
do xadrez no claro-escuro
do dia e noite
vida e morte

Sou Giorgio de Chirico
em cada solidão pintada!
- e ninguém tem poder
para atravessar esta solidão espessa
entre mim e o mundo

Entre os outros seres humanos e eu
há uma barreira interposta...:
- inviolável fortaleza!

domingo, 25 de dezembro de 2011

ÁLAMO(wikcionario wiki wik dicionario etimologico enciclopedico aurelio hauais)

Passando por um renque de árvores
com pássaros cantantes
logo acima do cananeu
que não era eu
senti vontade de ficar ali
parar ali
para sempre
se a locução adverbial "para sempre"
existisse
fosse fato
e não ato pensante-pensado
e, concomitantemente, estivesse
fora do vocábulo
porquanto a existência está por fora
do outro lado da alma
espelhada em Alice
jogada e perdida no mundo
para onde foge o ser
na alienação do homem
enquanto a essência vai por dentro
roendo a vida com radicais livres
corroídos por anti-oxidantes

Quedar ali embaixo da ramagem
sentado no Buda
que sou
- que somos todos os indivíduos... :
Louco de pedra-pome,
doido varrido,
sentado em lótus
sob a alêia aléia alameda
álamo bulevar ambulacro...,
ó Manuel Bandeira!...
- senhor de tantas andorinhas!
mas que não obstante
tanta andorinha e tanto tamanduá-bandeira
não me ouve mais
porque extinto está
debaixo das ervas daninhas
sob pedra tumular
solo sobre o qual outrossim
não mais palmilha Drummond
pelo caminho da pedra
em meio ao caminho do pé
calcado no sapato torto
( o sapato velho é um torto anjo
que dá azo ao azar
e a bazar de quinquilharias )
Ambos os poetas
hoje são
o que não não são
nem tampouco estão sãos
nem são em São Petersburgo
nem ser nem santos
nem corre processo canônico
conquanto já jazem
em jazigos estão
abaixo da pedra do burgo
da pedra de Pedro
da pedra São Pedro
e da pedra que havia
a meio caminho do sapato
florido em Mário Quintana
escrito na carta de Caminha
a caminho das especiarias
e da pedra que é
o seu corpo desfeito
decomposto
na cal do osso
com o resto da alma
no sopro restante
presa nos ossos
entre ossos encerrada
sonhando com um soprador
um tocador de tuba
que a expire dessa flauta
na dança dos signos no ar
escritos em parábolas senoidais
bailarinas-musas no vento
Todavia tudo
o que descrevi
foi só um momento
que ficou engasgado no tempo
em pedra de descaminho
- para caminhar descalço
carmelita
sobre elas a caminho
para a planície do Esdrelão
- um instante de apedrejamento íntimo
( ou de liberdade cínica
- Total?!
Total só no ideal
no real não )

Foi num tempo para semear
tempo no semeador
que fiquei ali plantado
sob chuva
junto à aleia e as ervas
à sombra da alameda
doido de jogar pedra
- pedra a caminho
de Eras geológicas
profetizada em geóglifos

domingo, 4 de dezembro de 2011

LINDEIRA (wikcionario wiki wik dicionario vade mecum juridico informal)

Todo o direito é um negócio jurídico ou se desdobra nisso, nesses atos que levam a fatos. Todavia, essa lindeira idealidade com a realidade, a idealidade, não existe ( não está fora da ideia, nem sequer limite de fato com a realidade, mas apenas de "direito" : é mera presunção intelectual); está apenas em essência, no pensamento, na ideia, esfera do ideal, geometria pura, primeiro desenho da ideia enquanto conceito, concepção imaculada da realidade ( a realidade, a maculada realidade! : maculada pelo fenômeno, pelo processo fenomênico, que mancha a imagem e até entorta as linhas da geometria em curvas de Descartes-Einstein.
Essa idealidade, essa ideia platônica, guardada em relicário na esfera onírica, que é a esfera da geometria, sem curvas até Descartes em parábolas que consertam/concertam a recta, o segmento de recta, que se curva à inteligencia de Descartes-Einstein e outros geômetras-filósofos não-euclidianos, não tão bons ("eu"!) geômetras para retas ideais, irreais, surreais em Dali e outros daqui e acolá..
Fora dela, da esfera onírica, na existência, que nunca é uma esfera ( perfeita! Não, mas sim imperfeito, por fazer, por realizar, na polaridade oposta do maniqueísmo do homem, desta doutrina que oriente o homem e o animal em natureza de bússola e estrela polar, não apolar, branca no pólo ); quando muito, ao invés de esfera, é um esferóide, formal e real, em forma e conteúdo, forma ditada pela substancia; enfim, um traço que demarca uma esferóide, que é a ideia pousada ou realizada, exprimida pela captação da realidade pelos sentidos, oriunda do fenômeno, que traz á baila o mundo natural. Fora disso, o direito é mera tensão ( tensão espaço-tempo ocasionada pelas várias espécies de polaridades : frio-calor, negativo-positivo, velho-novo, macho-fêmea, inércia-movimento... :as maniquéias que movem o universo e o pensamento do homem, mormente para a ciência e tecnologia ) : Tensão ou espaço tenso, intenso com a junção-tempo, que é a polaridade ideal do espaço (senso interno ao homem e animal ), oriunda do pensamento do homem e do animal que percebe com seu aparato inteligente ( seu senso espaço-tempo esticado e "estilingado" nos sentidos tensos), a qual, enquanto captação fenomênica, funciona consoante a vontade que fica entre a idealidade, no homem-geômetra, em curva de esfera perfeita ( circunferencia) e esferóide, ou seja, próxima ao desenho da ideia, que é o desenho geométrico ingênuo-euclidiano da circunferencia : uma inexistência.A circunferencia é uma essência do homem, posta em geometria, pelo homem geométrico, mas não uma existência, não uma tensão no mundo : uma tensão no homem, um dos pólos da maniquéia. O homem e o animal é um dos pólos da maniquéia, que no homem é doutrina, ou enriquecida com doutrina; no animal é senso prático.
A concepção de perfeição, que está no direito e em toda parte, está contextualizada em Aristóteles, ou pode ser contextualizada lendo o filósofo, porquanto é uma concepção dada pelo estagirita ao abordar a circunferencia, que é o " em torno"(per) feito: a circunferencia é um em torno, um anel, que , em natureza, fora do espaço geométrico, se anela esferóide, próxima à idealização da esfera na circunferencia. Este conceito de perfeição nem é uma ideia, mas uma mera descrição da circunferencia, ou seja, um conceito "concebido" na geometria, que é uma língua-linguagem destinada ao simbólico puro, ao espaço-tempo não fenomênico, mas meramente conceptual, intelectual; um puro pensar ou aprimorar o pensar.
A circunferencia dá uma ideia da ideia, da ideia platônica, bem como todas as figuras geométricas. Figuras que se iniciam e finalizam em si mesmo, criando ou abrindo um espaço ou buraco ( negro) e brusco de espaço no espaço, esquecendo ou eliminando o tempo e o mundo real das coisas observadas através da fenomenologia. São paradigmas da abstração ou da capacidade do homem de abstrair através de conceitos desenhados, figurados, ou escritos, em símbolos ou signos. Signos que algumas vezes são símbolos e símbolos que são signos, conforme a escrita hieroglífica ou alfabética.

sábado, 3 de dezembro de 2011

CIRCUNFERENCIA (wikicionario wiki wik wikipedia wikisource infopedia wapedia )

Todo o direito é um negócio jurídico ou se desdobra nisso, nesses atos que levam a fatos. Todavia, essa lindeira idealidade com a realidade, a idealidade, não existe ( não está fora da ideia, nem sequer limite de fato com a realidade, mas apenas de "direito" : é mera presunção intelectual); está apenas em essência, no pensamento, na ideia, esfera do ideal, geometria pura, primeiro desenho da ideia enquanto conceito, concepção imaculada da realidade ( a realidade, a maculada realidade! : maculada pelo fenômeno, pelo processo fenomênica, que mancha a imagem e até entorta as linhas da geometria em curvas de Descartes-Einstein.
Essa idealidade, essa ideia platônica, guardada em relicário na esfera onírica, que é a esfera da geometria, sem curvas até Descartes em parábolas que consertam/concertam a recta, o seguimento de recta, que se curva à inteligencia de Descartes-Einstein e outros geômetras-filósofos não-euclidianos, não tão bons ("eu"!) geômetras para retas ideais, irreais, surreais em Dali e outros daqui e acolá..
Fora dela, da esfera onírica, na existência, que nunca é uma esfera ( perfeita! Não, mas sim imperfeito, por fazer, por realizar, na polaridade oposta do maniqueísmo do homem, desta doutrina que oriente o homem e o animal em natureza de bússola e estrela polar, não apolar, branca no pólo ); quando muito, ao invés de esfera, é um esferóide, formal e real, em forma e conteúdo, forma ditada pela substancia; enfim, um traço que demarca uma esferóide, que é a ideia pousada ou realizada, exprimida pela captação da realidade pelos sentidos, oriunda do fenômeno, que traz á baila o mundo natural. Fora disso, o direito é mera tensão ( tensão espaço-tempo ocasionada pelas várias espécies de polaridades : frio-calor, negativo-positivo, velho-novo, macho-fêmea, inércia-movimento... :as maniquéias que movem o universo e o pensamento do homem, mormente para a ciência e tecnologia ) : Tensão ou espaço tenso, intenso com a junção-tempo, que é a polaridade ideal do espaço (senso interno ao homem e animal ), oriunda do pensamento do homem e do animal que percebe com seu aparato inteligente ( seu senso espaço-tempo esticado e "estilingado" nos sentidos tensos), a qual, enquanto captação fenomênica, funciona consoante a vontade que fica entre a idealidade, no homem-geômetra, em curva de esfera perfeita ( circunferencia) e esferóide, ou seja, próxima ao desenho da ideia, que é o desenho geométrico ingênuo-euclidiano da circunferencia : uma inexistência.A circunferencia é uma essência do homem, posta em geometria, pleo homem geométrico, mas não uma existência, não uma tensão no mundo : uma tensão no homem, um dos pólos da maniquéia. O homem e o animal é um dos pólos da maniquéia, que no homem é doutrina, ou enriquecida com doutrina; no animal é senso prático.
A concepção de perfeição, que está no direito e em toda parte, está contextualizada em Aristóteles, ou pode ser contextualizada lendo o filósofo, porquanto é uma concepção dada pelo estagirita ao abordar a circunferencia, que é o " em torno"(per) feito: a circunferencia é um em torno, um anel, que , em natureza, fora do espaço geométrico, se anela esferóide, próxima à idealização da esfera na circunferencia. Este conceito de perfeição nem é uma ideia, mas uma mera descrição da circunferencia, ou seja, um conceito "concebido" na geometria, que é uma língua-linguagem destinada ao simbólico puro, ao espaço-tempo não fenomênico, mas meramente conceptual, intelectual; um puro pensar ou aprimorar o pensar.
A circunferencia dá uma ideia da ideia, da ideia platônica, bem como todas as figuras geométricas. Figuras que se iniciam e finalizam em si mesmo, criando ou abrindo um espaço ou buraco ( negro) e brusco de espaço no espaço, esquecendo ou eliminando o tempo e o mundo real das coisas observadas através da fenomenologia. São paradigmas da abstração ou da capacidade do homem de abstrair através de conceitos desenhados, figurados, ou escritos, em símbolos ou signos. Signos que algumas vezes são símbolos e símbolos que são signos, conforme a escrita hieroglífica ou alfabética.

sábado, 5 de novembro de 2011

LÚDICAS (wikcionario wiki wik dicionario filosofico cientifico houais aurelio )

Olhos desmancham casas
Olhos do passado desmancham casas
- olhos passados
sem olheiras
sem olho para olhar
solapada as pestanas
não mais sobranceiros sob as sobranceiras
ou ansiosos para iniciar ato
de olhar os lírios
onde vingar essa flor-de-lis
lírica mas sem lira
desmantelam casas
imóveis na água da loucura
( água de paul pútrido
parada na lagoa )
inanimadas casas
sem alma de habitante vivo
com a alma em desgraça
aos trapos farrapos
de seu morador solitário
em permanente solitude e abandono
minado pela demência precoce
Olhos demolem casas
- olhos que demoram em casas
demolem com o olhar
essas casas de paredes escassas
quase sem massa
com reboco caindo pelas tabelas
as janelas com olhar perdido
- o olhar derriba
( Casas são filósofas cegas
- Filostrato durante o mecenato
de Septímio Severo
de origem berbere-púnica
pai de Caracala
imperador de velha Roma
cujo busto em alabastro
está em museus capitolinos
- um sofista na obscuridade de Sofia
cerzindo sobre o tecido vivo
das vidas dos sofistas
no livro "As vidas dos Sofistas"
o tecido morto de história
porque todo livro é uma mortalha
em companhia de máscara mortuária
enfim : um "Livro dos Mortos"
para os vivos
exercerem o poder
de ressuscitar o passado
com a vara de condão no verbo
do "Bruxo do Cosme Velho" )

A água nos olhos d'água
vão erodindo casas
Olhos derrubam casas
deitam-nas ao chão
deixam-nas sem o sustento do olhar
abandonam-nas sem pó de ananás
nem guarda-pó
sem substancialidade alguma
- insubstante
sem substrato
não obstante a essência
formada pelo plantio
da idéia em terra mental
do Platão inteiriço
não na forma do ouriço
porém sim na do homem
pois nada no homem
nada mais que a idéia platônica
desenhada em espaço opaco-fusiforme
dos peixes dipnóicos ou não
no cardume das sardinhas
e há lampreias mixinas dugongo
enguias garoupas moréias...
- tambaqui aqui
carpa lá
( Arcanjos demolidos
imolados
são casas
santas casas
velhas casas
velhas e casas
que se "moraram" reciprocamente :
A casa dentro da velha
e a velha senhora dentro da casa
E se enamoraram
também reciprocamente
que o amor é um reciprocar
florir cá e florescer lá ( lá lá la'...)
Entretanto nem pó deixaram
para pisar o rastro
do sapato
do filha da filha do neto da neta do tataraneto...
das gerações que vão
calçando a paixão
no coração
que se faz de si
gato-sapato )

Olhar para o passado destrói casas
quando no verbo
quando o ato
é ato fictício de verbo
está no logos ou lógica
ou logosolfejo
pois este olhar verbal
sem olhos que vejam
sem fotografia à luz da luz
acha uma casa
que já nem é casca de casa
está no pó
do anjo caído
decaído nos escombros
se anda há os escombros
nos ombros do estivador
visto em noite
sem luz alguma
pura treva
Evoco a casa de um "Tassiano" vereador
( o Tassiano vereador
em casa "quase" contígua
não fosse o movimento da língua
na escrita ainda em mão parada
presa à concepção platônica
que desce à acepção
por mãos postas de modo patético
acatando com humildade
a definição do significado
não lido ou escrito
no significante do vocábulo "contíguo"
que pode estar em acordo contigo
mas não comigo
nem em Celta de Vigo)
- habitação olhada na esquina
vista na esquina
até esboroar-se
em casa do não-vereador
do não-Tassiano
em não-casa
para fora do verbo
em implosão-explosão
sem feixe de gás metano
que se alinhe ao rés-do-chão
e redefina no fino traço do desenho
- o redesenho geométrico do motor Otto
- do engenheiro que leu em natureza
o ciclo Otto
e entendeu projetou e construiu
o motor a combustão
observando o peso do gás deitado
ao rés-ou-ao-rás-do-chão )
A demolida casa do homem morto
ao ser comprada-vendida
( que a alienação é troca mútua
aliada alheada do escambo )
é casa no passado
casa-caso no paço-passo passado
do verbo em sandálias pesca-atum-esturjão-anchovas-...
casa-e-caso no pretérito
caso-casa ou caso-que-era-casa-e-virou-caso
na casuística-mais-que sofística
casa-e-caso-por-acaso-decaídos-em-casuísmo
jurídico-sempre-jurídico
e no passo do passado de sapato
em passo de sapato no paço passado
demolido
removido
da instância dos olhos
se paço havia em descompasso
com o passo no sapato
no-nu ato do pé
arrastando sapato e alma
passo-a-passo
até o paço do governador
das minas gerais não
mas sim do filão de ouro das minas gerais
( das não-minas gerais
do não-ser as minas gerais
em Minas Gerais
em governo e povo e terra
escrita-descrita na parábola cartesiana
de João Guimarães Rosa
outra voz do "pobre Aphonsos"
"em tristes responsos"
pelo caminho torto das minas gerais
no sapato de Minas Gerais )
e outro ato no olho vivo
( olho-que-tudo-vê-e-olha-enxerga-...)
existente
descontente
insurgente
insurreto como o sol preclaro
desmanchando casas escuras e zumbis
mas amassado em massa densa
dançando aritmicamente no compasso
amarfalhado em olho insone
que olhou o vivo ao vivo
dentro e fora do sono
com luz para sonho
e treva para sono
( sol solto dentro do corpo
e da mente iluminista
- humanista!
que há humanismo
desde a Grécia dos deuses antropomorfos
com os deuses antropomorfos!
pois o antropomorfismo dos deuses gregos
exprime um humanismo intenso
na mitologia-científica-poética-já-quase-com perspectiva-filosofante
dos gregos de Hesíodo-Homero
ou o que signifique e significou
no corpo do antigo significante desenhado em língua grega antiga
esse par-ímpar : Homero-Hesíodo )
e depois no olho morto
em células epiteliais
que coexistiam com a casa antiga
na trempe do tempo
construído ficto
pela substância mental
posta no verbo
em ser de lógica
ou logos
substância que faz
do olho vivo
o olhar morto
- do morto
mirando o frontispício
do hospício
casa antiga
morada da loucura
com "habitat" ou nicho em loucos
e não nas casas
sob a casca das paredes-meia
do nosocômio público ou privado

O olhar desmancha casas
pois não se olha para o passado
porque não existe pretérito
senão na verborréia cor-de-rosa
do olho na rosa banhada pelo sol
às mancheias de cores
ocultas no branco do lençol do fantasma solar
desveladas por Isaac Newton com o prisma

Casas só não são demolidas
pelos raios emitidos pelos olhos
ou pelas ondas de luz
nas quais os olhos vão de carona-na-canoa
até a casa mau-olhada no assombrado
onde se esconde no sonho
pois no mundo onírico
não há dessas "tsunami"
que arrastem casas
como se fossem
brinquedos da natureza
em fúria infantil
( A fúria da criação
que é o Criador
germinando na alma da criança
está nas crianças lúdicas por excelência
- e a natureza é sempre uma criança!...:
"El Niño y La Niña"... )

terça-feira, 25 de outubro de 2011

GEÓGLIFOS (wikcionairo wiki wik dicionario wikdicionario etimologico filosofico cientifico onomastico )


Uma língua de geóglifos
está escrita no pássaro
- está escrita no poeta
mas o homem
nem a pode ler
graças aos seus apodos
- graças à sua garça
"Stela" bela
- beta na manhã
alfa à noite

Um idioma em geóglifos
nem pode ser lida
no logos do homem
Somente pode ser ouvida
lida e escrita
na literatura do poeta
que dá à ciência
um pouco de esmola
em vocábulos polifônicos
na terminologia de Goethe
ou Dostoievski ou Modigliani
dentre outros poetas
oriundos do fundo
- do mais profundo
das várias línguas
que são linguagens
metafísicas ou matemáticas
cuja poesia
não pode ser escrita
pintada ou esculpida
senão na alma
do ornitorrinco e do ornitólogo
do macuco e do maluco
que é o homem
( - e somos nós! )

A língua geoglífica
é haurida do cosmos
Os poetas têm acesso
contudo não podem escrevê-la
na sua poesia
mas apenas na sua alma
porquanto é um código
praticamente intraduzível em outro idioma
apenas passível de versão
em outra linguagem
( A aventura de traduzir
tal língua em vernáculo
ou em qualquer outro código linguístico
ou de linguagem
é algo assim como fazer tradução
do galo para o francês
ou do francês ao galo
- da antiga Gália
onde vivia o gaulês
no geodo do corpo
escrito com genes
que são um código de comunicação em geóglifos
- um dentre infinitos
se há ao menos um infinito
em linguagem matemática-algébrica
que pensa o todo
e mais que o todo :
o infinito
e o nada
que denega tudo
nos atos dos matemáticos
- apóstolos dos poetas )

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

JOAN MIRÓ ( personajes ritimicos, personajes sentados, personajes sobre fondo rojo, wikcionario )


A lua assomou sobre o Edifício Flamboyant
como se fosse um chapéu
sobre a mole
um adorno feminil
compondo-se com os cabelos negros
de uma mulher bela
- na cabeça da beleza da noite
em noturno pianíssimo
( A noite é a segunda beleza
depois da mulher
ambas carregando no ventre
a pura poesia
do eterno feminino de Goethe )

A lua cheia
banhada no amarelo ouro
- o plenilúnio
pairando sobre a terra despojada do filão das minas gerais
- filão de ouro e ferro e trem-de-ferro
e ferrete e sais minerais
e outros minérios e minerais de ferro e ferrugem
ferruginosos
óxido de ferro
- tudo assente na terra e no dente do gentílico /
pois a terra tinha tantas minas com filão
que cabia na boca e dentes das gentes
animava o sorriso áureo do garimpeiro
- do mineiro matuto
do tabaréu e da tabaroa
bem como no nome de Minas Gerais /
- atual estado de alguns eleitos para tal empresa
porquanto estado no Brasil ainda significa feudo
na prática práxis axial do vocábulo
ou não o que diz o vocábulo
mas o que manda dizer
o dono da voz e vez
porque aqui ainda funciona o moinho medievo
É genético
não tem muda
está no vegetal do homem
entranhado no sistema nervoso vegetativo
- tudo transitando transido de medo
entre a casa Grande e a Senzala
que este é o Brasil social perene
lido e escrito em genes
( está no genoma )

Portanto, mineiro, pegue a bateia
e vem atrás das minas gerais
ser mineiro
- vem ser mineiro!
conquanto cônscio
de que os governos
sempre roubam o quinto do ouro
a história antiga sendo reescrita perenemente
por sobre o pergaminho ou papiro ou papel
da história das minas nos quintos dos infernos
quando mandava El Rey de Portugal e Algarve
Hoje continuam a levar do povo
até o "quinto dos infernos!"
se pudesse existir alguma fração matemática
para designar o imaginário inferno de Dante
um poeta que entrou no inferno em busca da bem-amada
assim como já o fizera Orfeu
inveterado lírico cantor
cheio de candor no amor
- galo cantor
na zoologia enquanto instância da ciência
e da zoomorfia ou antropozoomorfia
enquanto deus
na pele de Anúbis
que ilustra bem o antropozoomorfismo
que poesia um deus no mundo
- pois poetizar um deus no mundo
é o mesmo que postar
- postá-lo nas aras e no saltares
e no livro dos mortos
- que sempre é o livro dos poetas!

A onomástica da terra veio pelo veio das mimas
então gerais demais
- então minas gerais
nome originário do veio da terra
porquanto o que nomeia a terra
diz da etnia e do povo da terra
e dos andarilhos e arrivistas
que vieram tomar o território aos indígenas
com grandes bandeiras e espadachins
cuja destreza leva a mão a escrever
a história da vitória de Samotrácia
- que a história é sempre do vencedor
que a escreve sobre o pó e com o sangue dos mortos
aos olhos vermelhos dos demônios
a espichar o rabo
até a cauda do fauno
abarcando vida e morte
o preto no branco
o dia na noite
o xadrez no tabuleiro

Somente com os passar do pó dos séculos /
depois que o tempo vira pó de madeira nativa /
( o tempo é a parte móvel do espaço ) /
sai dos alfarrábios para os olhos dos sábios /
desenhado com o dedo na poeira local
da vida que foi alfa um dia
cintilou em alfa do centauro
para a vida que é agora
quando o espaço empurrar um outro pedaço de espaço /
que se desloca paulatinamente /
formando o tempo
ou o conceito do tempo
ou a intuição do tempo
conforme o tempo seja o temo real
dado no mover do espaço
ou o espaço filosófico de Kant-Shopenhauer
que é um sentido interno no homem
Dessa espécie de erosão espacial /
que se passa na mente ou em natureza
nasce o tempo /
que é movimento de parte do espaço /
movido a torque de algum motor /
que se moveu primeiro /
depois do motor originário /
( o motor de Aristóteles )
- motor, portanto, que se moveu segundo /
( e não primeiro, mas segundos antes /
segundo os Evangelhos e os escritos no Tanakh e Corão /
e em tudo que é santo e sábio livro ) /
- motor movido a trilhões de anos após o movimento originário /
cujo movimento ocorreu antes das estrelas /
das cefeidas e anãs brancas /
azuis amarelas vermelhas castanhas
- antes da eclosão do universo /
antes do segundo motor /
escrito no espaço /
descrito no tempo /
- motor descritor
lido prensado nos alfarrábios dos rabinos
( Ao ler o alfarrábios /
os eruditos inteligentes provam apenas o sabor dos signos nos significados /
enquanto eruditos simplórios se enterram sob sete palmos de signos
mortos com os mortos
despidos do contexto de alma e tumba )
Os sábios, entretanto, provam diferente do vulgo ignaro /
parvo parcial parco e patético /
pois detectam pelo gosto /
a história em pó nos alfarrábios /
(onde os mortos vivem em signos e micróbios
conjuminados com ácaros traças carunchos... ) /
e a relação que mantêm com a história escrita no alfarrábio lido /
é tal qual como se fosse o ato de degustar a fruta do pequi /
fresca e viva no sabor amarelo de outro ouro da vida /
numa curva que alonga o amarelo das abelhas /
- amarelo em mel e listas rajadas no abdômen /
que prova o gosto originário da terra /
em seu amarelecer para outono /
transformando o sabor nativo da terra /
em sapiência /
gosto da terra /
e do ser humano sobre a terra /
na história que a terra escreve nas frutas /
nas abelhas e nas flores /
e no homem ali nativo /
irmão dos vegetais e dos animais /
filho da terra e d água que erodiu a terra /
juntou o arenito e fez o ser humano /
ao gosto da laranja da terra
- o ser humano cuja história primeva
foi escrita em seu corpo com geóglifos
antes dos escribas por em sânscrito
hebraico grego e latim
- o homem em hieróglifos
posteriormente em demóticos
e por fim nas línguas alfabéticas
- grego e latim
que o homem moderno
desde a história das línguas
que narram e pensam as histórias dos homens
das línguas alfabéticas
está descrito e pensado e grego e latim ) /

Sobre o flamboyant /
( "Delorix regia" no latim invulgar ) /
flor-do-paraíso e pau-rosa /
na voz corrente do vulgo /
dispensada suposta malícia das brasas do pau-brasil /
no pau-rosa que não evoca a rosa em cor e flor /
nem a candura da acácia rubra /
na cor da face em carmim da moça dente-de-leite /
ou do varão no dente-de-leão /
- erva daninha bravia pelos caminhos silvestres /
aonde não anda pedestre ou quaisquer transeuntes /
que não os silvícolas de antanho /
tempos em flor para a palavra fulô /
desabrochar o "logos" da flor ) /

Sobre a mole do Edifício Flamboyant /
a lua tal qual uma chapéu de palha pintado no amarelo da lua pia /
adorna a cabeça do enorme prédio /
como se fora o sorriso do gato de Alice /
arrastada lá do País das Maravilhas /
para o lugar onde a clareza dos montes é só metáfora /
ou cuja toponímia é um exônimo para designar lugar em Portugal
que em Portugal afiançam alguns
existiam uns montes
que designavam de claros
- Montes Claros

No mês quadriculado por quadrilhas de junho de Santo Antônio /
onde abundam quadrilhas e fogueiras e fogos de artifício /
e fogo-fátuos e bandeirolas a ataviar os espaços no tempo /
de São João e São Pedro /
que ainda andam mansos e santos na sua mansuetude /
pelo meio do povo simplório em suas manifestações /
- do povo das Minas Gerais /
na santa terra prometida em filão de Minas Gerais /
para onde peregrinou um arameu errante /
que veio de longe e de antes /
- muito antes que o tempo formasse o pó /
que é o espaço de hoje do corpo /
entre imaginários montes
vislumbrados no horizonte
( ou seja, longe!
de uma longura idílica
como o amor romântico
e o barco no rio
com o pescador
descendo pelos cachos dos cabelos da cachoeira cantante
- cantarolante )
da terra abençoada com pequi no pequizeiro
onde sobe o homem da poeira ao rés-do-chão
para formar o corpo humano do nativo
com a energia de fogo do sol
que coze o homem
e assim torna esse ser
mera cerâmica industrializada pela natureza
onde sobeja o pequi cozido com arroz
- sápido e amarelo-pequi em nuance
matiz por um triz!
planta e fruta que dialoga com a língua anatômica e fisiológica
sobre o gosto da terra
e narra estórias vegetais
e também diz do "logos" geológico da terra
à sombra do vale entre as montanhas de Minas
- minas sempre gerais pelos campos gerais /
que miram a serra do espinhaço /
e os arbustos floridos de roxo /
na beleza plena do ipê roxo /
que circula quedo e mudo /
como se fosse uma baiana rodando a saia /
na escola de samba /
Acadêmicos do Salgueiro /
estação Primeira de Mangueira /
ou num Império Serrano com anum
mais extenso que o romano /
ao menos na parábola-palavra do aedo /
sem medo de arremedo
ou do anum negro que firma a casa da noite

Subindo para os morrinhos /
ao pé do morro /
sonhando com o Santo Graal /
vi a lua assomar com face amarela
entre o Edifício Flamboyant e Deus /
A lua interposta entre Deus e a mole do Edifício
- vi-a na vida antes de codificar o ato de olhar palor de luar /
em noite na qual pensava na mulher /
que Joan Miró concebera numa obra de arte pictórica /

Em uma noite em que pintara Joan Miró
a mulher que amo!
arrancada em raiz herbácea do surreal
- aquela que somente vive em segredo e degredo de alma
dentro de mim
escondida do mundo
arredia na ermida do rocio
ou antes do orvalho fazer catedral
templo para corpo humano
onde os cavaleiros negros do apocalipse galopam
mas não chegam nunca
porque lá o espaço fica
entre a lua falciforme negra
e o espaço guardado pelo anjo do senhor
- anjo de mau a pior
de anjo a demônio
cavalgando um corcel amarelo
- cor do trigo da fome no Apocalipse /
dos quatro cavaleiros andantes /
arrostando moinhos de vento e moleiros moles /
cuja armadura é a mole do edifício Flamboyant
onde uma pá de moinho roda /
pelo toque das mãos do vento /
que move moinhos
( ventos são partes do espaço /
que se quebraram do todo espacial /
e se transformaram em porção móvel /
- quinhão denominado de tempo /
pois tempo é espaço móvel /
ou parcela do espaço estagnado /
que se partiu e se tornou espaço em movimento )

A lua que eu olhava era circular /
ovalada ou elíptica como sói dizer o físico /
para por o "logos" no jargão da física /
que quantifica a luz na constante de Planck /
( Quão em quanta se mensurou o espectro da luz do corpo negro! /
após a catástrofe do ultravioleta /
naquele momento em tese! /
não do momento, mas da tese /
na equação literal pela borda da álgebra!... ) /

Entrementes cismava eu com a mulher nada imaginária /
( e toda imaginação! )
furtada por uma água-furtada de autoria de Joan Miró /
que do ( quedo?) quadro do artista célebre /
fugisse amazona sobre um alazão ou égua abstrata
para dentro da noite escura nada abstrata
- noite acolhedora em trevas a vestir a mulher negra na noite /
trajá-la com vestes talares nigérrimas /
àquela deusa originária da água da placenta /
que um dia ou em outra noite /
desidratada cairá no pó da terra /
como pó de terra /
anjo decaído /
ser humano morto /
no retorno ao húmus /
na volta ao ventre da terra /
excetuada a mulher que Miró pintou /
imortal na tela mental /
protegido de bactérias carunhos e ácaros /
pelo tempo que tem no abstrato /
o anjo da guarda como relicário /
depositário fiel dos tesouros da inteligência /
encontradiços no museu do Ancião dos Dias /
( A vida goteja na decrepitude )

Pensava eu na mulher dentro da noite /
quando olhei a lua a banhar de amarelo-sertão a mole do edifício /
e a poesia aqui e ali plasmada nasceu em minha alma /
naquele e neste momento
( nunca é neste o momento!
- o tempo nunca é no tempo
pois o presente é fugidio
e tem mais tempo na lembrança
do que no momento-minuto
ou na hora do cuco sair alardeando no relógio suíço )
- momento ainda em idéia a caminhar
caminheira na estrada
- caminhão!
a cavaleiro negro da mole do edifício /
( cavaleiro negro laçado no apocalipse! )
antes de vir parar à cova aqui cavada nestes versos mortos nesta escrita /
ao descrever a mulher pintada pelo artista catalão /
que a pôs em tese na tela /
( redundância no vernáculo para designar lugar ) /
dentro da noite em obra pictórica /
sobrando nas sombras da noite /
nos meandros da alma /
e fora do espírito que olha /
a noite tingir o dia de trevas bastas /
em cabeleiras compridas /
ocultando a face feminina da noite /
sob um véu negro de cabelos longos /
- a mulher polifônica
minha em poesia e de Joan Miró em tela
escrita e desenhada
pintada na surrealidade
pela paleta do artista
e os signos e símbolos do vate
a cantarolar uma barcarola ou uma berceuse
par um riacho rolar seixos
e a criança amada pelo líquido do sangue
que enlaça os mares do corpo humano
( Amor está na corrente sanguínea! )

Todavia eu ia encontrar-me com outra mulher /
que nem era mulher ainda /
porém apenas ( se isso tudo é apenas ou tão-somente ou uma nonada ) /
- tão-só uma menina-moça de quatorze anos /
tão só!
- e tão só quanto a minha solidão
máxime em Robinson Crusoé em solitude na ilha /
que é o homem e a mulher em corpo humano
e corpo de ilha respectivamente
( corpo de ilha é terra
igual corpo de homem )

Ah! solidão e solitude!...
similar à solidão e solitude
que feria a menina
dentro da qual
havia um mar vermelho
que corria para o amor
- que amor é sangue
está no sangue!
- mar vivo
contraposto ao mar morto
à marmota e ao mármore
no qual Micheângelo ou Rodin...

( Insulado é o corpo humano /
fechado em si para a vida /
Hermética ilha a vida em seu interior /
ou seus inúmeros interiores físicos, químicos, eletromagnéticos,
espirituais ...
os quais trancam o castelo feudal
com ponte levadiça
abrindo a flor em racimo apenas ao espírito pensante
à alma filosofante que doa amor
ao rapsodo que recebe... )

Sob a perspectiva filosofante da obra de Joan Miró /
naquela noite que eu imaginava ser uma mulher pintada pelo artista /
( e não uma noite propriamente dita ) /
apenas minha filha andaria comigo /

Ela estaria junto ao meu caminhar /
na melhor parte do meu caminho sob lua /
abaixo do luar balouçante /
móvel lua similar a um gato sorridente /
no escuro que faz tez da madrugada /

No seio daquela noite pintada pelo palor do luar /
que no novilúnio não é lívido /
não é de uma lividez que vai ao amarelo macilento /
pálido amarelo do vampiro inexistente /
imagem tétrica da noite /
representada como ser humano /
conquanto morto-vivo /
sem o sol regando a diva anterior aos cabelos louros da aurora semi-desperta /
mas com a lua e as estrelas notâmbulas /
caçando morcegos e corujas pelos coruchéus /
sempre, entretanto, contíguo ao alvo que corre no leito ou álveo do leite /
da terra que mana leite e mel de abelha amada no favo /
com flor de laranjeira para o amplexo na barra da alva /
favo engasgado e engastado em abelha /
engaste da abelha-rainha /
uma gema-viva e mais preciosa /
que o tesouro do mel /
- arroio suave originário do néctar da flor...
Em perene canto de aboio
- o arroio...
descia a madrugada

Andarilhos à sombra imensa da noite /
sabíamos que somente minha filha teria genética /
para me seguir por aqueles ínvios caminhos de peregrinos /
dentre os quais ela buscaria comigo a mulher dentro da noite /
não a mulher de Miró integral no corpo de trevas noturnas /
mas apenas uma mecha do cabelo da mulher virtuosa /
essa safira ou preciosa ametista /
pérola negra esmeralda turquesa turmalina /
porquanto a mulher virtuosa é um ser quase mitológico /
se não fosse tão simples assim /
como um unicórnio /
( o unicórnio alegre de Salvador Dali
- unicórnio surreal, surrealista
sustentado no universo surrealista do pensamento...
- que pensa o sonho
um jardim para o vegetal
- o onírico vegetativo pensante
no sistema nervoso
que envia mensagens ao corpo humano
e ao corpo do unicórnio surreal
ou mitológico mítico...
- mito que cavalga rito!... )
um ser no meio do existente /
- meio existente no meio da vida /
em meio ao meio ambiente /
porém ser apenas na fauna do cérebro humano /
e não ser existente na realidade natural /
( fora dos fatos naturais /
presente e existente somente dentro do cérebro /
e como símbolo da mente /
que criou o unicórnio /
como Deus criou o homem e a mulher /
para além do meu cepticismo estúpido /
que existe ao sabor do pensamento imaginativo do homem /
dentro desse mundo interno ) /

Enfim, uma mulher bíblica/
já quase inexistente ou em extinção /
devido à ação predatória do homem /
alienado em mídia ou empresa /
ou outros monstros e ogros tais /
da alienação do pensamento turvo /
- torvo corvo estorvo /

Pela mulher dentro do corpo da noite /
em parábola de Joan Miró /
- na alegoria do artista /
a mulher que é a deusa /
na pele da noite /
noiva da consciência em tez negra /
vencendo a foice com que a lua se transmuta /
simbolizando o carrasco em forma de sociedade-foice /
( a lua desenha símbolo?!) /
- derribando com a guilhotina /
a cabeça da mulher virtuosa /
mas deixando ainda vivo /
por alguns minutos sexuais /
minutos finais de atividade elétrica
o corpo da fêmea /
que é semelhante /
não a Deus /
( às deusas gregas e romanas
do antigo museu do surrealismo grego... )
porém aos animais no cio /
para pasto de faunos e sátiros /
de mundo irreais para a paixão /
que odeio no cristão /
não obstante amar no pagão /
românticos surrealistas...:
surreais românicos!

A mulher em Joan Miró /
pura poesia é /
mas fora dele também /
- é poesia mais vasta /
ao se por no mundo /
ao por seu ser feminino no mundo /
aberto aos campos e prados vastos da filosofia /
que pesca e pesa mentes dentro de cérebros /
peixes em águas profundas /
- pesados cavalos-marinhos
sem cavaleiros ou amazonas a montar
livres no seu vegetar
e na sua pensante-vegetante filosofia
do real ao surreal

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

CHAGALL ( the cattle dealer, the flying carriage, the dream , the family ) )

Olhar a obra de Chagall
é um desafio poético
além de pictural
- uma invasão à filosofia vegetal do artista
pela decodificação do pensamento vegetativo
do poeta plantado em jardim próprio
- próprio Jardim do Éden e das Hespérides
ambos silvestres dentro do corpo pensante do poeta plástico
- corpo de fauno
para não titubear na semiótica
quando da leitura e posterior escritura
dos geóglifos individuados em cada ser
pelas circunstâncias naturais
e o contexto historial do indivíduo
que é tão único
que não se pode buscar o homem morto
nos rastos de seus filhos na aurora
ou na noite tenebrosa
porquanto os filhos possuem dele
e postam dele no ser
um pedaço desprezível e amuado daquele ser
que na filha vira em muxoxo feminino
pois na reencarnação possível
na graça da escrita genética
o karma é outro
- outros atos e fatos
fazem um ser
que guarda do homem morto
apenas o rasgar do espelho na água

Observar a pintura do artista surreal
é proceder a uma devassa no espírito do filósofo
o qual tem o poder de minorar ou majorar a engenharia na vida
porém não tem poder algum sobre a vida
assente na planta da alma
nem quaisquer recursos contra ou a favor
dos ventos que sopram a alma para o interior da árvore da vida
( a árvore em ritmo de folhas e inflorescências
dentro do corpo humano
que é outrossim um corpo de fauno
meio a meio em anatomia e fisiologia para homem e fauno
- sopra de dentro do anjo que está dentro da forma arbustiva
herbácea ou arbórea
ventos para tocar o veleiro alegórico de Salvador Dali
- que é salvador dali
mas está sempre aqui
- no coração do fauno
o qual é a vida ou alma vegetal
alma em vegetação ou Flora
e na mixórdia do mito
- rito bizantino responsável pela mescla massiva
que faz o animal e o homem
emergindo do corpo anatômico e fisiológico do animal
desenhando a geometria no corpo metafórico do fauno
nos projetos em debuxos e gravados
que faz a poesia nascer
na alma do poeta
- e com a poesia se desenha o corpo humano
anatômico e filosófico
fisiológico e científico
( A poesia é uma clorofila em verde
impregnada na alma do ser humano
e uma pérgula com um anjo azul
e outro anjo sorrindo surrealista
na alma de Salvador Dali

Ah! e a queda do anjo!
com anjo feminil de Chagall em queda livre
com todo o entorno tecendo as circunstâncias :
- com um violino mudo
sem mãos de violinista que o toque
baqueta em cruz
( tudo desenhando um pré-violinista
filho da álgebra árabe
e da geometria grega
duas filosofias para as artes )
violino cruzado-cristão!
ou em cruz sobre o túmulo da música
na estrada cristã
pois a cruz é uma asa desajeitada
que os incautos imaginam que tem a capacidade de voar
além das águias e do falcão peregrino
grudar céu no azul
- no alto azul )

Sol amarelo
vela pálida
burro lívido
mulher com criança ao colo
Cristo crucificado
transeuntes basbaques
com a aldeia ao fundo
casas tortas embriagadas
em passo trôpego de ébrio
que chega da noite pelo rasto alvo da manhã
refletida no orvalho hialino
e figuras negras se retorcendo nas trevas
atrás do feminil anjo escarlate
em túnica carmesim
caindo da altura do céu
- do céu da alma de Marc Chagall!
poeta plástico )

Pairar com o olhar mergulhado sobre a obra de Chagall
é um desafio estético e sapiencial
não de mergulhão
com o cérebro nadando no sangue do peixe
( mergulhão-de-alaotra
ou grebe-de-alaotra
mergulhão-de-touca... )
e procedendo a um périplo pelas Antilhas
respirando água e terras ilhadas
no mar do Caribe ou dos Caraíbas
que foram extintos pelos arrivistas )

Por os pés dos olhos nos caminhos pictográficos de Chagall
é uma invasão bárbara à gnoseologia do autor
empreendida pelo pensamento vegetativo
do poeta aberto ao espaço e tempo da vida
- uma devassa na alma do artista
que fica num enclave entre o vegetal
e o sistema nervoso vegetativo
que desvela o universo em poesia
e a vida em glicose
com uma simplicidade e de uma forma tão versátil
com versos em hemistíquio
e melodia em cacofonia para diatribe
( Alma é flora e fauno
e não o avantesma cristão
- velado abantesma! )

Admirar a obra de Chagall
é observar o homem morto
emaranhado em sua criação
retratado nas suas invenções
codificado na vida
através de signos e símbolos
que fabrica a linguagem poética e matemática
ambas em lógicas diversas
para cada sistema encefálico :
o sistema nervoso central
e o sistema nervoso autônomo
dois modos de pensar
sendo s sabedoria concernente ao sistema vegetal
e o conhecimento ao sistema nervoso central
que limita o ser humano à razão e sensibilidade
( sistema canhestro e anti-fauno )

O artista é irracional
pleno do fauno
quando grafa e pinta a poesia plástica
em sua obra de arte
submetida às normas de uma gramática
que atravessa o imaginário
- arraigado na raiz
que bebe do pensamento em terra
onde está a erva assente
( As ervas andarilhas
são amazonas galopando na ventania
à revelia da credulidade dos estultos
porquanto são filósofas cínicas
compêndios e enciclopédias vivas
com o sistema nervoso autônomo
simpático e parassimpático
que pensa a alma dentro de uma arquitetura
a qual realizam na estrutura de uma engenharia
para ervas formas arbustivas lianas trepadeiras em pérgulas
e outros agentes vegetais
que sintetizam e mantêm a vida
enquanto houver alma na atmosfera
e não sobrarem apenas as bactérias anaeróbicas
- as quais não respiram por alma
ou não captam a alma
nas camadas do ar

As ervas peregrinas
são cépticas no que tange ao Apocalipse
e outros eventos-sonhos ou pesadelos
que pesam nas pálpebras do homem que dorme
- quase como o homem morto
que será um dia
ou noite sobre o dorso do negro corcel a galope desenfreado
levado para nenhum apocalipse real
porém apenas para um ritual em teatro
- sempre religioso é o teatro
a cantar o bode ou Pã
ou outra encarnação mítica
que a miragem do homem no deserto
faz crer real )

Nietzsche transcreveu
num racionalismo irracional
sobre o que há de radical na tragédia
pois a vida é trágica
irracional e vegetal
e pensa a alma pelo método vegetativo
que é uma bifurcação do pensamento
nas terras conquistadas pela floresta das amazonas
- pela amazona que cavalga e apeia da lenda
numa versão feminina de Alexandre Magno
cavaleiro originário da "Magna Grécia"
cuja onomástica não tem compromisso com a historiografia
ou quaisquer outras ares de ciência
sem licença poética

O poeta é irracional
no que põe o ser em hieróglifos
sob forma de poesia
ou vegetação interior
- arraigada ao solo
e aos símbolos nos geóglifos
que dança a dança das três Graças de Canova na poesia
Empunhando o clarinete
bebe o pensamento da terra
que Nietzsche transcreveu
numa racionalização do irracional
posto na solenidade dramática do ritual trágico
pois a vida é tragédia irracional cantada em coro
e vegetal em soro

O vate pensa a alma pelo método vegetativo
sendo o filósofo natural
propagando a filosofia do sistema nervoso vegetativo
esparso na inflação das ervas
exércitos que tomam tudo de assalto
- até a alma
que é uma parte de erva no fauno
( O irracionalismo do filólogo e filósofo alemão
tem um quê de vegetativo
Aliás, é todo o pensamento vegetal profundo
- um pensar vegetal ou vital
a perambular pelo corpo do fauno na vida
e na alma pagã
- que é a vida em verde )

O artista é racional entretanto
ao se utilizar do conhecimento erudito
que é uma forma mitigada
do pensamento vegetativo
mais ancho e criativo
- pensamento criador
( O criador está no núcleo deste pensamento
arraigado nas ervas do sistema nervoso vegetativo ou autônomo
que cuida de manter a alma viva e pensante
na criança com a primavera no corpo
no jovem na intersecção com o fauno
a flora ninfas nereidas
Afrodite Calipígia
Vênus de Milo...
No que tange a lira lírica
concernente ao adulto e ao velho
com a devastação do inverno
e o advento do outono amarelo
- amarelo cavalo do Apocalipse da amazona
com inflorescências amarelas em clarim e trombeta
ressequidas floradas no fim do lilás
do saxofone em fim de improviso musical
a soprar anjos que caem
no tombar das folhas decíduas
de planta caducifólia... )

Ler a obra de um artista
é um trabalho ingente
porquanto demanda uma leitura bifurcada
que se estende da leitura viva do leitor
à leitura morta do poeta
que levou consigo todo um tempo irrecuperável
debaixo do rosto de hera e lodo
que a chuva trouxe
e semeou ao pé do jazigo triste
- de uma melancolia inenarrável
em cada gesto dos operários que o erigiu
ou nas palavras piando desamparadas na lapide
- palavras perdidas
que lembram uma ave perdida de sua mãe
a piar desesperadamente
- o inútil pio do pio ser
( do Pio Papa! )
desenhado por toda a parte
sempre na forma da "Piedade" expressa por Micheangelo Buonarotti
que vaticina toda a dor da vida
com Maria Pia
pranteando o homem morto
no filho morto
- morto em Cristo!
...para a morte eterna

Chagall apenas se lê
e se torna surreal
no canto do galo
quando a alma vem em olhos de quem lê
- de quem abre os olhos dos signos e símbolos
na manhã álacre com o passo no pássaro
que canta todo o candor impresso na barra da alva
ou na flor de laranjeira
flutuantes na alma vegetal das noivas do pintor
( Alma é sempre vegetal
- glicosídeo que sustem a vida
em sintonia fina com o significado em latim )

O pintor da aldeia russa
executou muitos poemas plásticos
com um violino de violinista azul
para acessar o que é celeste em Paganini ou Mendelssohn
e outro violino de violista verde
pastoreando rebanhos de ervas com o vento
em suas pastorais em silêncio áureo
- na calada da noite severa
onde se enredou a tragédia do homem morto
no silêncio do respirar dos violinos
- interlúdio
( Um Stradivarius e um Amati de Cremona )

Chagall é o homem morto
o não-ser universal do homem
que vem do escuro ao lume
e vai de volta da luz ao mar de trevas noturnas
aonde não estava nem era antes de nascer
usufruir do natal
e da curta vida de caramujo
com toda a gravidade de Atlas às costas
na costa do Atlântico ou do Pacífico oceano
- mar oceano

O homem morto eu conheço
ou reconheci na máscara mortuária de meu pai
na mortalha de alguns amigos
em peregrinação ao Hades
descendo ao Seol

Todavia a mulher morta
não conheci senão uma :
- minha avó!
Ela é a Ofélia de Hamlet pintada por Shakespeare
nos quadros com noivas de Chagall
- noivas da vida e da morte
consoante esteja a flor de laranjeira
com alma de perfume desde a barra da alva
fechando os olhos belos e jovens da noiva
com o orgasmo nupcial
após o coito subsequente ao matrimônio na aldeia russa
ou então os olhos vidrados
a contemplar a escuridão inicial e final
na solidão do espasmo da morte
- dançando com um miosótis!...

O homem morto
- a mulher morta
nesta ladainha social
é mais presente e atuante intelectualmente
ou espiritualmente
se o veículo for a religião
do que o homem vivo
- nós que estamos "por aqui!"
( imagine o gesto sugerindo cortar o pescoço
ou se preferir a cabeça dada ao carrasco )
ainda andando em pré-morte
empós o pré-natal
subjugados aos vivos capitães
aos respectivos cônjuges
que se agriolham mutuamente
( casamento putativo! )
e até aos mortos com fundo fóssil
são outros tantos capitães ou capelães
- para cobrir a cabeça
e não ousar descobrir nunca

O mundo vive do medo
que inculcam ao indivíduo
e o indivíduo é o mundo
- o universo preclaro-estelar
e tudo o mais que salta aos olhos
e cabe ouvidos adentro
- tudo que escuta ao percurtir nos ossos do martelo e da bigorna
do ferreiro em oficina no ouvido interno
que temos e somos Vulcanos auditivos
- e tudo o mais que avança e toma de assalto
o cosmos e a cosmologia
a cosmética e a cosmogonia
com a legião de captores de cheiros à frente
armada em infantaria no cavalete de cartilagem do nariz
( as narinas a resfolegar
qual corcel bravio na batalha do apocalipse
a abrir a flor em fragrâncias
em Guerras Púnicas )
- a tez que cobre o frio em corpo
( encorpado xarope com uva para o tinto das coisas
invisíveis de outro modo
- tirantes ao insensível
que viaja vago no espectro
mas não nos olhos em viés geométrico não-euclidiano )
e experiencia a tepidez da manhã anã amarela
tímida ao ser suspensa no azul
e cuja experiência experiencia ela própria
useira e vezeira da doutrina do empirismo
e no ato de auto-experenciar )
que ronda o espírito humano

Tudo e todos é o indivíduo
e não existe mais nada
excepto a nadidade
dada pelo indivíduo
posta ou postada pelo indivíduo
único ser e ente ser solitário no mundo
entre entes
- é um solipsismo de eremita
condenado a uma solidão
insulado na ilha que é
Robinson Crusoé em melancolia perene

Tudo o que está na existência é o indivíduo
- inúmeros deles isolados em si
presos à ilha de dentro
pois há miríades de indivíduos!
- e o sentido da gustação
é a ciência que demonstra num teorema de gastronomia
que tão-somente existe o indivíduo
de onde parte tudo
e nasce o mundo social e o universo
até o dia da morte de qualquer um dos indivíduos
- cada um prova o seu bocado
isoladamente
insulado no arquipélago do sabor individual
que é incomunicável