terça-feira, 28 de agosto de 2012

INFERIDAS - glossário léxico lexicografia etimologia etimo

A coisa, a coisa-em-si de Kant, só é em-si em Kant, para Kant, ou seja, é  tão-somente uma coisa-em-Kant ou no si de Kant e outra coisa ( ou a mesma com variações rococó), em Shopenhauer; a saber : a vontade. Em Shopenhaeur a coisa-em-si a substância que funda o cosmos é a vontade.Para ambos os filósofos célebres, cerebrais e, por conseguinte, cerebrinos, tal coisa ( a coisa-em-si, kantiana, que para Shopenhauer é a vontade, é o fundamento do universo.Posteriormente essa vontade ( de potência) se transforma na metafísica de Nietzsche, discípulo e rival de Shopenhauer, autero filósofo moral. Nietzsche era de uma severidade doentia para com a filosofia de Shopenhauer, após sua emancipação filosófica.
Na cosmovisão de Kant, a coisa-em-si, está no fenômeno, por trás do fenômeno, no mundo fenomênico, enfim e não ´pois real, mas dada pelos sentidos nas formas "a priori" de tempo e espaço. É algo que só se pode pensar de forma racional sendo, pois, "objeto" de razão e não dos sentidos, os quais não dão a coisa-em-si, mas o fenômeno, que a encobre como o véu de Maia vela a realidade. O objeto tem dois sujeitos imaginários e apenas um real : o homem ; os sujeitos imaginários dos objetos são : os sentidos e  a razão.
Somente sabemos de uma coisa localizada no mundo empírico  ( espaço e tempo, sendo, com Kant, espaço por fora e tempo por dentro ; na concepção kantiana,  o espaço é a forma externa, a "geometria" ou desenho dos objetos, dentro de um plano euclidiano e o tempo, forma interna de pensar através da sucessão, que, para o ser humano, constitui o passar do tempo, a incessante mudança,  mutação ) através dos sentidos que a captam, através da intuição, nas formas apriorísticas dadas pela razão e pela intuição, onde estão os objetos transcendentais, e "a posteriori", ou no mundo físico, onde estão as coisas, que é dada no fenômeno e pela razão ou vontade : a coisa-em-si,  imperceptível à sensibilidade ; se os sentidos não a captam é porque estão fora do alcance deles, como é o caso das criaturas microscóspicas e as macroscópicas que não emitem luz,  conquanto possam ser deduzidas ou inferidas por outras formas que a  razão acha para percebê-las, como o movimento, a gravidade percebida num planeta escuro que gira uma estrela clara. A coisa vista ou observada está em mim e no microscópio ou no telescópio, que são seus dois estados ou  estágios de ser e por fim (será fim?), em-si antes  e depois do olhar deitado sobre ela desde o referencial ou sujeito.
O absoluto é um conceito, uma concepção humana assim como o nada ou o não-ser, as negações dos objetos ou coisas positivas.Então, as coisas e objetos tem seu lado positivo ( em-si e no mundo concomitantemente ) e fora de si ou do outro lado do ser ser, no caso das  relações que trazem os fenômenos, que são essas coisas pegas em-si através do pô-las fora de si : no mundo, na percepção , na apercepção ou pensamento, conceito, dentre outros.
O absoluto não existe, senão como doutrina, abstração, e as coisas somente existem nas relações que incluem as percepções, os pensamentos e outro itens .
O absoluto é o não-ser, o nada, o zero matemático : linguagens que constroem a ciência. Só podemos dizer que os seres são absolutos quando consideramos que existem em-si e fora-de-si, ou seja, no homem e não no universo  regido por reações em cadeia ou teia  ( o zero, a  nadidade, o não-ser que acolhe todas essas negatividades postas pelo puro pensamento em conflito e confronto como o mundo aonde as coisas o são em absoluto, até certo ponto da reta, mas também, ao mesmo tempo, são relativos a partir de outro segmento da reta : isso é que são coisas-em-si ou no homem : o pensamento que vai do positivo ao negativo a fim de estabelecer o paradoxo do conhecimento, pois o conhecimento é um paradoxo do cérebro, regido pela razão e sentidos em perene divergência. No mundo fora do homem ( coisa-em-si sem o homem, para usar a linguagem que elabora a ciência kantiana : o criticismo ) somente existem coisas em  relações.
O absoluto, asimo como o zero, o não-ser são apenas um negação que produz a centelha do conhecimento no homem , quando este contrapõe o todo e o nada, desmanchando o positivo a fim de analisá-lo sem as relações que inviabilizam a coisa-em-si, mas dá a coisa-em-si como a crítica que destrói o pensamento cândido, confortável através da crítica epistêmica, que é a filosofia em sua linguagem e objeto.
As coisa, quando e somente postas ( em-ser) pela mente humana, são absolutas;no entanto, fora da negação mental são relativas.Quando no mundo, são absolutas e relativas, a um só tempo,  no espaço . Todo absoluto (doutrina)  e relativo ( coisas no espaço-tempo naturais) são questões puramente concernente às linguagens, que é uma realidade fora da realidade e que não são nada em-si, mas tudo no fora-de-si ( no homem enquanto alienado no pensamento que dá um papel social ao pensador, inclusive ao de Rodin).
Não existe, pois,  coisa-em-si; a coisa é múltipla, pois é enfeixada em várias relações : coisa, objeto, artefato,  negação da coisa, antinomia... A coisa-em-si, no que é, é o mesmo que  o conceito de não-ser, nada, zero ou outras negações que corporificam as doutrinas, são objetos ocultos de doutrina, sem os quais( objetos) não há doutrina, que o pensamento humano é sustentado dentro de uma tese maniqueísta ( a gramática da doutrina é o maniqueísmo, qualquer que seja a doutrina; o maniqueísmo é a coluna vertebral da doutrina, sua estrutura, arcabouço ), a qual podemos observar de fato,  em natureza, conquanto esse transplante ao mundo natural, não passa de uma ilusão que alimenta doutrinas, pois a doutrina é uma expressão sempre maniqueísta, não está no mundo, mas em nosso ser, contra o qual, por ser uno e o todo, na conformidade do elata Parmênides, a doutrina se funda no que ela ( doutrina) põe de contraste e sombra, em negatividade humana-pensante que apaga ou empana preclara  a positividade natural, a fim de conhecer, porquanto não há conhecimento humano, exceto do ser dos eleatas, fora do maniqueísmo, o qual sempre se constitui em doutrina, cujos objetos são o que nega e os quais,objetos, fundam a linguagem que  desenham. Entenda-se por maniqueísmo aqui não a doutrina religiosa apenas, que tomamos como paradigma, mas todo sistema binário que se nega e afirma, que põe o contraditório.
A coisa não é construída em natureza para ser em-si ou para-si, mas para as ralações, inclusive as de "corporificação". A  coisa é com outras coisas, seu ser é moldado nas relações, incluso de percepção e pensamento, da qual a coisa não depende e não fica em-si ou fora-de-si por isso. O pensamento que tende a negar o universo é que a põe em si. A  coisa não é para si, nem em-si, mas para as relações  perpetradas no cosmos. Ao se fazer, para se construir, e para construir o conhecimento, o pensamento tem que se afirmar negando a coisa, tingindo-a com a antinomia, o paradoxo que ridiculariza o conhecimento do crédulo...
Se o que Kant pensava da coisa-em-si era seu substrato ( átomos, matéria e como era formada pelo tempo e no espaço desenhada na geometria do espaço pensado pelo homem, dentro dos postulados figurados concepção ou conhecimento erudito do espaço matemático-geométrico  desde Euclides, que logrou amalgamar matemática, desenho ( espaço em formas) e postulados filosóficos, também dados nos axiomas ) então era em-si somente enquanto não havia artefatos ( microscópios ) que a perscrutassem, pois o conceito de coisa-em-si é equívoco, vez que as coisas não são para si, mas para as relações.
Não é possível coisa-em-si, mesmo nós em nosso ser-em-si , pois ainda ser não há o em-si absoluto, mas relativo, conquanto somos coisas num "período" e espaço desenhado pela geometria que conhecemos em Euclides em doutrina postulada dentre as inúmeras que se entrelaçam à vida  e a dar a conhecer nossa vida, corpo, história, cultura, linguagens, lendas, mitos,  em meio às outras coisas, que somos ou fomos, em arcabouço doutrinário, no decurso da história que no contamos, mas que também não é em-si, pois o em-si é somente o ato de negação que possibilita o advento do conhecimento, que somente possui essa forma negativa de conceber.
Aliás, essa maneira de pensar é exclusiva da cultura ocidental européia, originária na Magna Grécia, na Hélade, encetada por um poema de Parmênides de Eléia, o eleata, mestre e fonte da escola eleata, de onde surgiu Zeno. Não houve outra vertente dessa forma de conceber. O pensamento do mundo inteiro não andou por ainda anda o pensamento grego denominado de filosofia, mas que, em verdade, abarca miríades de linguagens elaboradas para a ciência, que sob tal abordagem, parecem ciências, quando só há uma ciência e várias linguagens para a ciência, consoante requer o objeto.
A filosofia, sendo quase sempre negativa, ou seja, uma forma única de pensamento que elabora uma linguagem ao contrapor as noções do positivo ( o ser posto, existente) e do negativo não-ser, nada, zero, inexistente ) faz do "logos", a língua, e da  a lógica, a linguagem, a qual tem a função de exprimir a realidade e seu contraponto, dentro de uma lógica que é a gramática  ou linguística.
A ciência se funda na positividade, e por isso, por definição, é acrítica, unilateral; a filosofia, por sua vez, põe o outro lado, fundamenta a negatividade, pois o positivo é o possível e necessário, mas tem carência de uma postura crítica, mesmo que, na maioria das vezes, a filosofia se torna objeto de zombarias, devido às posições absurdas oriundas do exercício da retórica metafísica, uma linguagem complexa, porém aberta em demasia, arejada excessivamente, emancipada a ponto de colocar postulados tão arrojados que beiram ao temerário e, não poucas vezes, ao ridículo, construindo com o máximo de inteligência o máximo de ilusões a fim de atender a vontade do filósofo que pensa em dois contextos ( para citar dois contextos e não toda a gama) : o individual e o coletivo e todas as linguagens que a filosofia apresenta, a saber : a gnoseologia, (gnosiologia), epistemologia, noética, ética, ontologia e outras linguagens da filosofia, dentre elas a geometria e a estética..
Essa tensão metafísica e física, da existência e essência, é que mantém vivas e acesas as chamas da ciência e da filosofia, que são complementares, suplementares.
A botânica, que é, não uma ciência, mas a ciência, tem uma lexicografia, uma nomenclatura(binomial), uma terminologia científica ou jargão, uma cladística, enfim, toda uma linguagem e um objeto : os vegetais, que a distinguem das outras linguagens, que outrossim falam para outros objetos de ciência, fechados hermeticamente numa linguagem para o objeto. A filosofia, por seu turno, é uma linguagem que se funda no negativo e que por isso tem vários objetos, conforme seja ontologia, gnoseologia ou outras linguagens críticas ou que negam os objeto, os objetivos,  e investiga a substância, as relações de sujeito e predicado, na gramática.
A ciência não pode ser crítica porque ela não se olha, com nõs não nos olhamos, senão no espelho ou à lâmina d'água, e nos perdemos de paixão pela imagem no complexo do mito de Narciso, nosso mito primordial, fundante.
A filosofia nega o objeto e a linguagem a fim de acurar ambas e induzí-las a se constituir em acervo crítico. Ambas dialogam pela linguagem. A filosofia usa da dialética de Zeno de Eléia, o eleata, na linguagem, que é uma linguagem também, enquanto a ciência promove o diálogo com interlocução dialética.  A filosofia desmancha e desmatela o objeto,  bem como critica a linguagem, pois tem como objeto o pensamento.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

FILISTÉIA - dicionário wikcionário

Quem é feliz,
filistéia,
cava um fosso
entre si e o mundo.
 Mas quem é feliz,
ó filistéia?!:
- A aléia!

Feliz quem opta por  viver em paz
consigo mesmo

a esmo no ermo de si

rumo à ermida

sanduichado entre o sol inclemente

( diferente de Alá,

que é clemente ) 
e a areia fervilhante

a ferir a sandália

do monge andarilho

em trilho no brilho do sol

- puro estribilho de calor e luz! 

E com luar no ar suspenso
apenso no que penso
ao pensar as mazelas
da noite escura e gelada
no deserto das sombras e miragens.

 Quem é feliz, 
 
 filistéia, 
 o é apenas em solidão e solitude 
de ambientes desérticos 

Impossível ser feliz com todos,

em comunidade,
ainda que em aldeias-fantasmas 
com infra-estrutura para eremitas,
ou com  qualquer outro ser
- quer seja a amada ou o abade!
não há felicidade!

Quem quer ser feliz,

Oh! filistéia!, 

cerca-se em uma floresta
tendo como entretenimento 

ler em mente,
longe do azáfama dos museus de mortos-vivos,
a pinacoteca de Cézanne.
Outrossim, não recebe ninguém
nem por correspondência
porque quase todos são estúpidos
loucos sem o pão da poesia.

Todavia, é bom anfitrião

para os não-estultos
não maculados pela peste endêmica,
epidêmica, que assola o homem
esse infeliz fauno em zoológico
ou no papel alienado de zoólogo.

Quem é feliz,
filistéia atéia,
não recebe filisteu
nem tampouco filhos seus

( dos filisteus! )
porquando usufruindo de plena paz 
com corpo e alma serenos
ser humano assim saudável
é visto na ótica do papalvo
como algo desconcertante,
anormal,

indecifrável, 
- uma aberraçaõ da natureza!,
pois num mundo humano em abalo sísmico
movido por espasmos epilépticos
síndromes de pânico
e tantos outros transtornos a distorcer  o homem
no monstro do espelho desfocado
e o leva a ser o legado do mísero enfermo
trapo de corpo e alma rotos
com o que restou de espírito
afetado pela  grande demência humana :
a estultícia perene
caduciforme 

precoce

- sintomática na pieguiçe pegajosa
porosa indecorosa
sem a rosa no rosicler da alva
que enceta outro dia glorioso
para os quesão felizes
tendo a mão da saúde 
a esculpir o corpo 
a alma e o espírito 
com mão e mente de Rodin
ou o escultor italiano Antônio Canova
 nas Três Graças
que se dançam
antes da dança
( Ah! a pieguiçe vem sempre a par com a estupidez

sua companheira necessária! ).

Quem é feliz,
ó filistéia,
não precisa de felicidade
- a qual é um mero vocábulo
que não dá voz a nada
no ser humano disperso
em cantos e lamentações de profeta bíblico
em eterna diáspora.

Quem é feliz,
filistéia?! :
 A lampreia?!,
quando servida em cardápio para o homem
- esse glutão
insaciável
de necessidades infindáveis

no dizer ou "logos"de economistas 
os quais são os inventores da ciência do rico  
 e cujo maior feito heróico 
foi levar as necessidades ao infinito
para acordar com o espírito matemático
de  infinita abstração
para o inexistente numeral
que tão -somente existe
 sob a mente e a mão do homem
a grafar signos e símbolos
compondo as várias linguagens
sob gramáticas e semiologias
( Esses inventores de  ilusão
em seu pensamento mágico
 justificaram a riqueza de alguns homens de sorte,
meros arrivistas sem valor,

mas com muita mais-valia e capital,
confundindo essa abastança irracional 
 com a riqueza das nações
quando de fato são a pobreza da humanidade

sem perspetiva filosofante

ao modo do filósofo Marx

que desfez a ciência de rico,

perscrutando-a

escrutinando-a...
mas criou o  regime doentio
do comunismo
- mais deletério ao homem
que o mais selvagem capitalismo )

Quem é feliz,
filistéia,
sabe à colmeia e mel 
vive com corpo e mente sã

desintoxicado
 mercê de exercício de paz perene
livre dos insanos, insumos, 
que trescalam odor de guerra e política
ao semear tais demônios capitais
( em "caput!")
por onde vão deixando rastos
levando sua vanidade
nos genes e nos memes
- porquanto esta é sua  cruz romana
( ou filistéia?,
- Dalila! )

Quem é feliz
não recebe o filisteu,

ó filistéia bela!; 
contudo, quem sabe um filisteu
filho teu
ache o fio de Ariadne 
que permita fugir do labirinto
por onde erra o minotauro 
- juiz, sacerdote e verdugo
de todos os aglomerados humanos 
aonde a intolerância é sempre-viva
no berço vegetal 
animal e mítico de Asterión, 
sobre o qual escreveu Jorge Luis Borges. 
 

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

ESTETA - lexicografia

Foi alienado a mim um bem imóvel do poeta
de versos e versificação ao vermelho da amora
com queda angelical no rosicler
da manhã que manca
ainda com sono pesando nos olhos zarolhos
( Não, de dentro dele
de suas entranhas estranhas
não saiu a caminhar
um poeta Verlaine!
- rumo ao absinto
servido em um Café )

O esteta pintava quadros ingênuos

numa candura estética
que se refletia nos versos
de poemas sobre Nossa Senhora
Latinista emérito
poliglota
conhecedor de filosofia
professor de matemática
- um erudito como sói serem os poetas
que enfrentam o jângal
qual fera selvática
( O poeta é um deus silvestre
que sopra avena
- é a selva impenetrável
intrincada no obscuro úmido
intransponível
- presa ao cipoal
a cauda preênsil do primata
Outrossim é o predador
que salta no tigre de tocaia
e que ao mesmo tempo
a fim de tolerar a hipocrisia humana
amealha um vasto conhecimento universal
que os alheia e aproxima dos homens
por tolerância de anacoreta bizarro )

Homem morigerado

empertigado
cheio de manias
esgares trejeitos rictos
solteiro convicto
solene no trajar
no contato social
econômico nos vocábulos
contido
afetado
com um quê de efeminado
nos modos de megera irascível
Enfim, um ermitão de brio
em meio ao burburinho estúpido
da arraia-miúda a se proliferar
do rebotalho a chafurdar na lama
prolíferos e supérfluos
mas necessários à base da pirâmide
que sustem os nababos privilegiados
( Ele não era nenhum poeta Verlaine
a entrar e sair livre
do bar e da poesia
embriagado
na evasão do tédio
que sopra a alma
para outro flautim
de serafim chinfrin
de brim bebericando gim  )

Ele vivia na casa

a plantar e sachar
por em gaiola  aves  canoras
e conviver com uma seriema
entre árvores e arbustos
sonhando com bustos

Havia uma pérgola

onde uma parreira
dormitava em uvas
Havia um pé  de carambola
outro de pinha
uma palmeira com cocos
e uma caneleira  que envolvia a todos
com um de olhar verde

Acabei com a vinha

decepei a caneleira a golpe de machado
mas ela voltou a florescer
e então a deixei em paz pura
ao redor de suas folhas
cuja infusão proporcionava um bom chá
de delicioso aroma e sabor

Depois alienei o imóvel

e veio outro ignorante
destruir o restante do vegetal
que habitava no fundo do poeta
o restolho da ceifa
no sono da palha

Quando acabará o lastro vegetativo

que mantém o ser humano vivo
abraçado aos vaga-lumes
que já não erram pelos caminhos do céu noturno
corrigindo trevas
e aos miosótis que pintam o azul
nos olhos que descem ao rés-do-chão?!
( Quando deixará de vir-a-ser
um poeta Verlaine?! )

domingo, 12 de agosto de 2012

CARAVAGGIO - pinacoteca vida obra biografia enciclopédia delta



No retrato há um morto e um vivo simultâneos
que paradoxalmente não é o mesmo ente
nem tampouco o mesmo ser
mas também o é
pois o ser vivo é um ente vital
gerido por alma sensível
e espírito pensante
- uma indústria silente
a transmutar energia em matéria
e vice-versa no que versa a versatilidade da vida
- um plasma plástico
maleável e inteligente ao extremo
um febricitante ser no homem viril
pelo labor do intelecto
contudo não exatamente um ser
pois no retrato falta tempo
para integrar o ser com o tempo
e o ser sem tempo
não participa da existência
nem da essência do homem
e logo é um ser e não-ser
sem vir-a-ser ou devir
expresso pela  morte

Por outro lado do paralelogramo
o morto é ente no cadáver
despojado de existência e essência
jogado à correnteza da decomposição célere
conquanto retráctil seja o retrato
em trato de sapato para pato palmípede
que faz gato-sapato com os pés com chulé
na pele de Pelé e Garrincha
- no beiral do telhado da garriça ou cambaxirra

( Quero a luz das abelhas
- à luz das abelhas
quero
- quero ver
olhar a flor da laranjeira
- adorada odorata! )

No retrato se retrata dois seres
um vivo e outro morto
ao mesmo tempo
e no mesmo ser e não-ser
no número um e não-numeral zero matemáticos
( O zero é um numeral simbólico
tanto quanto o um
e os demais algarismos rabiscados )
O ser vivo existe fora do retrato
Do lado claro-escuro do retrato
o ente morto está posto
por um ato e um fato
de dois seres vivos à época :
o retratista e o retratado
os quais nadam na torrente do vir-a-ser
e na fotografia
peixes na luz
feixes cromáticos
em preto e branco de sapato
claro e escuro de Caravaggio
- tudo preto no branco
xadrez trançado nas vestimentas
tingidas pelas cores berrantes do arco-íris :
O  vivo com vestes talares alvas
de essênios posando
nas albas a lamber as faldas das montanhas
e o morto trajado com mortalha
e máscara mortuária
porquanto o retrato é retrátil
versátil no soprar do oboé
e do oboísta
- anjo que sopra por detrás das ventas do arcanjo
o vento que toca
os moinhos de vento
e as areias do tempo na ampulheta
bailarinas de Degas em pinacoteca

Ambos nos olham :
o vivo e o morto
Todavia não nos vêem
porque não têm olhos para mover os cílios
piscar para as estrelas internas aos olhos
- no céu noturno dos olhos negros
cm a lua no máximo do amarelo da madrugada orvalhada
O morto olha-não-olha
porque parado ali
para sempre emparedado no retrato
e na propriedade retráctil do retrato
- cristalizado em rochas sedimentares de luz!
que na fotografia virou pedra-pome ( púmice)
de rocha magmática
ao erigir uma ilha : o retrato
separando um Robinson Crusoe do tempo
O vivo olha sem visão retratada
refratada
porque está atuando ainda no tempo fora do retrato
que o imobilizou e prendeu em cadeias de luz
( teias de aranha branca
na lua branca ao zênite :
lua em teia de aranha branca  tecida de luz solar )
- com a poção do tempo em cronômetro de bruxo
demudado em lucíferas alvenarias
a discorrer sobre o rio do vir-a-ser
aonde passou o filósofo Heráclito de Éfeso
um grego atravessando um outro Rubicão
para ir à Roma
e ter com os romanos
- gregários no Direito
( O Direito é a  filosofia torta de Roma
evidentemente não para filósofos cínicos
grandes escarnecedores nos meandros da política
e da guerra
que é o ato magno da política
quer seja a profana ou a sagrada
movida por atos de druidas ou de reis e imperadores
- sátrapas enfim!
Os filósofos cínicos
aos quais os oponentes denominam de cães
eram de fato e em atos
homens livres
cultores do "pathos" da liberdade extremada
ainda que sob o gravame da maior escravidão externa
exercida pelo estado românico
colocando a opressão
sobre as espáduas do homem grego
em particular o filósofo cínico
que ao servilismo contrapôs vigorosamente
a filosofia do desprezo
pelo universo político-militar dos romanos
os quais representam para o filósofo cínico
os verdadeiros cães
que sempre voltam ao vômito
- que regurgitam
( referindo-se à bulimia lendária do romano! )
Inobstante, esta filosofia tortuosa e falsa
hipócrita mesmo
dos antigos donos do mundo
( os romanos na empresa das legiões )
era um jogo semiológico
para "aventar" cidadãos romanos
perfeitos escravos da lei
e do tirano em voga
Trata-se o Direito romano de uma filosofia mínima
uma pseudo-filosofia de cunho oficial
em forma de práxis ritual
tateando a ética
a qual se radica na razão
mas sobrevivendo de fato da moral
a qual provem do irracional
a "ratificar" paradoxalmente
o costume grosseiro e brutal
do homem à sarjeta
decaído na vala comum da existência
anjo desgraçado
maldito
amaldiçoado
escarnecido
( o cinismo é um filosofia menor
originária na Hélade dominada
cujo escopo é atender
albergar 
e dar dignidade interna
à sobrevivência do forte
do homem nobre
escarninho
do filósofo virtuoso ( o cínico cultuava a virtude da fortaleza
que talvez seja a única virtude de fato
sendo as demais 
meras expressões e virtuosidade desta )
cujo último bastião
era sua mente invicta
como um sol divino
em tempos de escravidão
imposta por Roma
ao homem exterior
- o indivíduo temerário
que ousa desafiar
aos porcos de Owen
sempre no poder
correlatos aos levantes
e ao ao ato do suíno
sempiterno e vitalício no comando
do zoológico humano
com seus zoólogos
sob controle doutrinário
imposto de Roma e por Roma
( este o mais lancinante imposto de Roma!
das Romas que imperam até hoje
sob sutis políticas religiosas
que são mais compreendidas pela natureza da mulher
O homem entende melhor a política profana
enquanto a mulher se esmera no conhecimento e prática
da política sacra  )
O cinismo vem na mesma esteira do estoicismo
ambas evasão e debandada
do indivíduo ferido de morte pela filosofia
O cristianismo é um cinismo popular
- uma vulgarização da filosofia dos cínicos gregos
a forma religiosa da ciência jurídica
no contexto historial de Roma antiga
e das Romas em sobreviventes
O cinismo é outrossim um retrato de um tempo
a qual  demonstra historiologicamente
que o Direito é uma mescla eclética ou uma  síntese
entre as  filosofias menores : o cinismo e o estoicismo
Só  que a filosofia não impera
antes opera no anelo pela liberdade do ser humano
em oposição ao Direito
que sendo uma filosofia oficial
não passa de fato de um conjunto de regras
marcadas pelos interesses escusos
dos  donos do estado ou da república
O Direito é uma norma de conduta totalitária
absoluta como os monarcas absolutistas
uma alienação do pensamento humano
cujo fito é coagir e oprimir o homem
- porquanto vem a ser um poder
que faz curvar o homem
então genuflexo ante o soberano
seja ele estado lei ou rei ou império
O direito e a religião
são políticas de dois estados dentro do estado
e vêm a suscitar o terceiro estado
no qual Hitler pode ressuscitar
Portanto, ao Direito não é dado sequer
ser uma das  filosofias mínimas
da magna Grécia
porque vem a tolher os atos humanos :
encarcerar
enforcar
esquartejar
decapitar o ser humano
é seu objetivo
O direito é uma forma perversa e pervertida  de anti-filosofia
cujo escopo é subtrair sorrateiramente
a liberdade do homem
e levá-lo em massa para o Jardim  Zoológico
que são todos os asilos institucionais
- uma colônia penal para todos
exceptuados os senhores no poder ) )

(  Ah! ar ! : Quero ar!
Quero a luz das abelhas
- à luz das abelhas
quero ver
o que quero e muito quero
no Quero-quero
que voa a estridular o seu grito
- estribilho rascante! )

O ser vivo está no tempo
a pisotear o lagar
gravado no corpo
na anatomia e fisiologia
no aglomerado de poeira a colar o organismo
com colágeno
vinculando matéria e energia de mártir

( Quero a luz das abelhas
- à luz das abelhas
quero
- quero ver!
  e ser longânimo
 tal qual um patriarca bíblico )

No morto resta o pó do tempo
enterrando-o
cobrindo-o
- No mosto o morto está em fotografia
coberto pela poeria do tempo
Seus olhos não  olham
ou olham e não vêem
estão imóveis e alijados do tempo
- sem tempo que os mova
à face das águas
reflexivas

( Quero a luz das abelhas
- à luz das abelhas
quero
- quero retratar
o Quero-quero na solitude do voo
em bando a "fretinir"
similar às cigarras a fretinir )

No retrato há duas faces do mesmo deus Jano :
um vivo e um morto
O vivo foge da prisão de luz do retrato
e aspira ao tempo-de-respirar
inspira e expira fabricando o tempo e a vida
dentro de um período
Já o morto jaz no retrato
qual um epitáfio
com uma cruz a encimar a cova rasa
plantada ao rés-do-chão
paralela à raiz vegetal
- não quadrada ou quádrupla ou quadrática
na Ática da matemática

A morte é o objeto da tragédia
- objeto abstrato ( abstruso ) :
o morto é o objeto concreto
empírico
A vida evoca a tragédia
na tradição grega
em coro de sátiros
- que são entes naturais
e máscaras mortuárias
ou personais  ( de personas )
que representam com o ator
( morto individual )
a morte social
na substituição do rosto
pela máscara da "persona" teatral :
o drama entre o ser humano e a pessoa
do indivíduo e do ente coletivo

O retrato é tragédia do ser
e do não-ser
que são a mesma coisa
e a mesma pessoa
à luz da abelha
( A luz da abelha
que quero
tanto quero
no Quero-quero
que atravessa o ar
entre o anjo azul
e o arcanjo verde
- caído, decaído há décadas no pasto
(Lustros entre gramíneas
e outros rastejantes ao rés-do-chão ) )

O retrato é uma tragédia
em um ato
e um fato
em natureza rochosa
mineral
Degas pinacoteca vida obra pintor bailarinas artista Van Gogh vida obra pinacoteca biografia Caravaggio

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

SÚCUBO - glossário léxico lexicografia etimologia etimo enciclopédia delta

Rua pequena 
pequenina
cabe e coube na pena
do pavão ( que sou! :
Que sou eu?!...)
do faisão...
Mas meã não! :
- anã branca ao sol pálido
cálido
em seu calado
prenúncio da calada
preta na meia da noite
assombrada por trevas riscadas por coriscos
coruscantes
e ribombos no bombo
tambores
desenhando senóides no vento
( As ondas senoidais são o balanço geométrico
Euclides dançante
em corpo de baile
com a dança que balança
e embala
a água e o ar
na corrente eletromagnética
mudando e movendo o espaço
com um dos atributos do tempo
que é o movimento
- motor matemático
na equação literal comunicada
na análise da parábola cartesiana
que dança e canta e dana-se em parábolas!....:
- sem Jesus!!!
Dança é música de Musa em silêncio profundo e longo
- longo gongo!
cujo duo de voz é a melodia e o silêncio
- algébrico silêncio abacial )

A rua com seu casario
vinha de praça com estátua equestre
de presidente egresso do império de barbas
que errava pelo império de Dom Pedro
e rastejava qual quadrúpede
bêbada em tropelias
até uma velha ao cabo da vassoura do vento
- uma velha construção cor cinza-diabos
na pintura do tempo em corpo tatuado de lagarto
aonde funcionara uma indústria
aos pés e passos da linha férrea
e que ficara com inscrição em latim
ao frontispício
depois que abrigara uma academia de ginástica aeróbica
porque não tinha química para ser anaeróbica
respirando por bactérias
( Construindo e desconstruindo a alvenaria negra
lacertídeos que emprestavam matéria
às paredes do galpão
que se constituía em corpo desses lagartos negros cinzas-diabos
ao se cruzarem num ponto de tricô ou croché
da velhinha-do-tempo
que os tecia em uma mantilha
um agasalho ou um sapatinho de bebê )

De um a outro lado da rua
as casas cochichavam
brancas amarelas azuis...
( quatro casas a barlavento da lua
e seis a sotavento do sol )
e cochilavam à noite
remexendo-se na insônia
que não cabia no leito
por causa de um beijo
fora do tempo e do espaço
- ósculo de amantes

livre do mal da bruxa
da maldição da feiticeira
que não pode macular 
o imaculado coração de Maria
que bate o martelo no peito da bem-amada
( Aquele beijo
Oh! aquele beijo delicado!
mui apaixonado!
metade sonho ou a meio ou em meio ao sono
mixórdia de matéria e energia de sono e sonho
onírico e real
ou a um passo do real
- aquele beijo que nunca nos selou os lábios de carne!
vindo direto nos lábios dela
no escuro da câmara
subjugando-nos no enrosco serpentino do silêncio
- beijo de lábios colados...
Ah! inesquecível amplexo de Íncubo e Súcubo
ainda que irrealizado
ou semi-realizado entre o surreal e o real
que perdura dentro da alma
ou das duas almas
que  o quiseram realizar
todavia não o puderam expressar
fora do entre-sono
entre-sonho
que selaram os lábios ali
para sempre
entre o que é sonho e vigília
matéria e energia
Contudo o beijo veio dos lábios da amada real
em natureza física composta
separada de mim apenas pela barra da alva
as penas da garça
e a flor de laranjeira
na guirlanda de noiva
cujo nome está escrito
no paul em que vi a saracura
saracotear-se
em toda a minha poesia
( Minha poesia é uma linguagem
toda  voltada para dentro
que lambe com a língua
o que está no fundo do favo
e  traz à baila
o mel da melhor abelha
retirado do néctar da flor
que preconiza o fruto
a boca e os dentes e a fruta
- o metabolismo, enfim! ))

A idade da rua é a idade da cidade idosa
dos idos do século
com ordens seculares e regulares
ordens para suprir o tempo
e regras para se isolar do tempo
nos claustros dos mosteiros
nas abadias
sob regras
severas regras de São Bento Abade
a tirar o  mosteiro e o monge do mundo temporal
substituindo tempo por regras pétreas
( O que teia aquele tempo
é a teia de aranha
- teia da vida
que telha a dor moral
advinda do social
pela ciência do antropólogo traduzida
em signos e símbolos
que a expressa )

Em menina descalça na monja carmelita
a rua em criança no tempo
devia atravessar-se
nos jogos lúdicos
correndo de um lado a outro da rua
branca rua com cara de lua
branca do branco da nuvem
e da graça da garça refletindo o gládio de luz do sol nas penas
Branco ou alvo garça
do pote da torrente do São Francisco
rio para potes de gerações de homens e ervas
arbustos animais e árvores frondosas 
ter aonde beber
outrossim nas gotas de rocio
no ponto do orvalho
que tecia e guardava um par de sapatos de lã
do bebê que viria em mim
na manhã da outra manhã
ou na madrugada gélida
com vento nas ventas dos moinhos de vento da Holanda
com Van Gogh ainda juvenil
longe plagas da literatura védica
da pintura impressionista e expressionista...
( Quando se é mui jovem
a literatura védica parece distante
- no passo em que pisam as estrelas
longe do burburinho quotidiano 
ela paira sobranceira no espaço sideral
porém com a maturidade e a erudição
acha-se os Vedas no sebo da esquina
em suas garatujas originárias 
O recém-nascido nada sabe do sânscrito
conquanto cante o canto dos Vedas
em seu pranto  
com seu aparelho fonador)

Por um lado da ruazinha mansa e pacata
subia-se lentamente à casa de Rachel
- a "Dona Rachel" de andar algo fleumático
mulher em lipídios
tecido adiposo
onde não pousa a mariposa
de voo piloto na chuça da chuva em chuço sem rebuço
e do vento que ali passava
entre corredores
(  O vento é um corredor olímpico
atleta tetra
no corredor das borboletas
abertas as aletas
alertas no planador
que flutua em flor branca
do ar ao solo
calçados por ervas )

No princípio da rua
casa roxa com alpendre
olhava das janelas para o portão
- roxa casa enroscada na glória matutina
a soprar trombetas lilases
e indo índigo plantar
um bem de raiz
- a anileira!
Indo ainda ao indígena indigente
sem sinal ou som de língua indo-européia
assim como fui também indo índico
pelo caminho do índio e do hindu
com meus versos em trovas
com ovas de peixe
escritos com sumo de limão
no verso anverso do universo
versados em mamão à mão do violão
versejados por versejadores tais e quais
cheios de tantos ais!
na metragem metralha 
esparsa no espaço esparso da tralha...
- ou da gralha grelha galha palha...
Valha-me Deus!... )

No fim da rua
a casa do poeta
ficara com o legado do suicídio
Calçada alta
timbrava a solidão
com o brasão da morte do poeta
que se suicidou
Era um homem de sobrenome Quinaud
senhor de versos versus o mundo
( versado no mundo erudito?! )
com poesia escrita no sumo do limão
no infinito invisível
de uma noite negra e apagada de qualquer luz difusa
até no túnel ou labirinto do sonho
Nunca li um ceitil
nem um til
de sua poesia febril
- poesia para miosótis e sopros de jasmim
e outras flores de sopro perfumado ao vento de escotilha
que vinha na vinha de voz de minha mãe
em gavinhas e uvas no caramanchão ou pérgola
( Minha mãe é quem me falara do poeta suicida
porquanto amava a alma dos poetas
que para ela era um poeta
dentro de outro poeta
numa sucessão de poetas individuais
imbricados no mito de barro e papiro
das águas do pote com peixe de Jesus e discípulos
que era o rio São Francisco
de cachoeira em cachos cantantes
sem a planta do papiro
- Mãe, que se casara com um homem pragmático,
insosso
sem chão na poesia
sem escabelo na arte da erva
arraigado aos vegetais da cerveja
envasada na indústria de silêncio em flor de campo
da deusa Ceres
a senhora dos cereais
maltados ou naturais)

Uma noite
sono em plenilúnio
sonho com novilúnio
em plena travessia pelo onírico
- para o lírico do lírio na lira
entrei pela porta da frente de uma casa daquela rua
e ao sair pelos fundos
abrindo uma porta de madeira
- estava na China comunista!

Rua, ruazinha, travessa, viela...