Por que mulher precisa tanto de um par?
A mulher pode estar em solidão
mas não em solitude;
comunitária, necessita outorga(outorga!) uxória,
não somente do marido,
porém também do sacerdote,
pois ela é proibida
de exercer a função sacerdotal
na religião cristã,
conquanto tenha sido pitonisa, sibila..., na Hélade;
feiticeira, medium, bruxa
em outros cultos e plagas.
Por isso, a mulher sempre procura um homem
que lhe atende no papel social de médico,
padre, marido, amigo...
A mulher marca o homem com o signo da besta
ao levá-lo ao altar.
Eleva-se e relega-o a um títere.
Cria a escravidão para o homem
através do sexo, cavilosa,
e das consequências dos atos sexuais
em cada filho ou filha legítimo,
não bastando os bastardos, bastantes.
Quem vai acompanhado
vai com a solidão pela metade
ou acrescida da solidão de outrem
( isso o casamento: casamata);
adiciona à sua solidão à solidão que é a companhia de outrem,
aditando, destarte, uma parte fictícia à realidade,
pois a solidão é intransferível
e defectível, se lhe falta a solitude.
Quem, pelo caminho do vau, vai solitário
ou em solitude, ou com ambas pesando em azul,
na abóbada celeste
ou verde à vista de montanhas daltônicas,
este solitário em solitude
vai sonhando com companhia
que lhe mitigue
as agruras do caminho longo
vincado pela solitude
que não deixa passo, rasto
e a solidão que não deixa
nem uma porção de fel
que esmaga o felá :
com sua gravidade em si,
sobre si,
maior e mais pesada
que o si de um violoncelo em concerto
ou quedo no canto aonde uma aranha
arranhou uma teia
em contraponto à melodia.
O violoncelista e o violoncelo se dobram
em sua gravidade em si,
sob o peso da sua gravidade sobre si.
Este solitário e em solitude,
que sou em som maior, mais grave,
imagina-se, portanto, em companhia de um ser ideal
( Companhia de Jesus, digamo-mo-lo!)
que não lhe ocasiona
o mal do real
que cabe de cabo a rabo em cada ser
total ou parcial na orquestra de viver
e de tocar a vida.
( A vida, que se mescla com a existência humana,
na doutrina do filósofo Sartre,
- a vida são duas orquestras
até onde fui pensar
na forma de ode
sobre a engenharia do corpo humano na fisiologia
e a anatomia construída e mantida
por essa engenharia viva.
Viva engenharia,
viva!, ainda no avô...
em idade provecta.).
Quem vai só
não vai só
pois não deixam e não querem
que alguém tenha a ousadia de ir só
pelo caminho,
pois estar só é perigoso
é um mal-estar
- para a comunidade! singela, simplória...
Então... :" Vai com Deus!",
"Deus o acompanhe"
com Champagne
- mas vá pelo vau
com "o diabo atrás tocando viola!",
como diria minha mãe, que o disse sem tosse
ou xarope contra,
inúmeras vezes. Useira e vezeira
da ironia, que limpa a alma.
Quem vai acompanhado
leva um amigo leve
ou Deus dos Céus
descido da cruz
ou com o diabo
por baixo, nos subterrâneos do Baixo em tom de Violoncelo:
Hades, metaforicamente falando com gravidade
de violoncelista arisco.
Para por fim ao fogo
que arde em meu peito
o que vejo à frente,
em retrato, ato de engenharia na luz,
digo que no meio de duas mulheres
estava uma criança feliz, amada,
um menino entre a avó e sua jovem tia,
minha filha e a esposa que posa,
sob os olhos do avô,
em voo com canto rascante sobre o vau...
O avô que os servia a todos
com todo o bem que é o Bem
e do que quer o Bem,
todo o Bem :
o bem-me-quer
e o bem-querer
e o bem-te-vi...
Todavia não o bem
que se amealha em bens,
que locupleta os míseros de alma,
que vicia a avareza e a cobiça
naqueles infelizes que jamais vieram a encetar
o caminho do amor
que leva à paz próspera
do outro lado das flores
que estrelam as florestas.
Um menino inteligente
está assaz anos-brisa de sua mãe,
no Cavado de Monções,
anos-caravela do anão, seu pai,
que degenera e se torna um ser bitolado,
liquidado, apenas cara e vela
- vela que nem percebe mais a vela-padrão
no aglomerado galáctico das Cefeidas,
na Constelação do Cepheus,
costela do céu imaginário
que vaga em vagalhão pelo coração do homem
- marinheiro enamorado
anos-monção-Trás-os-Ventos
que rodopiam moinhos
na cabeça de Dom Quixote:
este homem,
esse homem
e aquele homem
que corre Sancho
levando pesada pança;
que Dom Quixote somos,
qual Sancho Pança somos :
- "Ecce Homo".
"Ecce Homo" é o menino?!.
Deus no-lo deu?!
"Ecce homo!;" ouve-se ainda o dito
do governador Pôncio Pilatos
com escárnio escorrendo pela boca romana
qual peçonha de serpente
libando abaixo do Serpentário,
o qual é mais extenso que os céus.
Não faço menção da menina
( a Virgem no-la deu à luz
privilegiando outra faceta do espectro?!)
porque quem sabe a sabre
sobre a monção que umedece a menina
é Adélia Prado, de "Coração Disparado",
poetisa, douta e douda especialista
( douda borboleta, ó Castro Alves!)
na outra face em fase no "Ecce Homo!"
apresentado pelo governo ao povo
para que o sacrifique nas aras.
Holocausto.
O menino é mui melhor que o homem;
o homem, um menino em degenerescência irreversível.
O menino sente o mundo :
é esse o primeiro modo de pensar.
O segundo modo de pensar
deixa de sentir o universo
e passa a ler signos sem sentido,
eivados de significados
sem espaço "in natura"
mas figurados em símbolos
desenhados à mão humana
como primícias de artefatos
ainda em traços abstratos
separados do natural
mas arraigados na cultura
que se delineia paulatinamente.
O homem livre é o menino
que cria suas próprias normas
sobre as estelas de Hamurábi,
que são estelas dos homens com nome.
( Seria Nietzsche um menino em eterno retorno ao trono
e ainda impregnado da terra do paraíso :
árvore, erva, hera, arbusto e liana...
terra que dá monta à árvore, à erva, à hera...
ao homem que lá vivia
e exercia seu bom-senso :
o homem em menino?!).
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