sábado, 27 de abril de 2013

ONTOLOGIA(ONTOLOGIA!) - etimo lexico verbete

João Guimarães Rosa não contava, não narrava uma história : pensava-a avo a avo : vinte avos, 30 avos rastreando o passo do tempo até os avós. As estórias de João Rosa não eram narradas, mas pensadas,pespegadas (pespegadas!). Não as contava feito um contador de estórias bolorentas, mas pesava-as com um pensamento fundo que vinha da esfinge a interrogar o enigma,  a recolher silenciosamente e respeitosamente no logos os mistérios  da vida e do amor, que , na realidade perpassante, perpassada pelo fenômeno, é a realidade inata do ser, vez que  o ser, em sua aparição fugaz,  é quase um  sonho ou quiçá um soluço, uma efeméride ou, ainda, uma ideia de Platão fincada na tese do filósofo arraigado na realidade-idealidade, que  é a vida humana exposta ao saber, querer, conhecer, sondar, vida esta que é um meio-termo entre a existência e o ser, sendo o ser uma existência prática, mas, por paradoxo, uma existências em práxis e teorética. Este o método do mestre do sertão dos buritis em renque e do grande buriti : pensar a estória molhada nas veredas. Malhada a vaca mocha.
Ao pensar a estória, sob a forma de conto ou novela poético-pensante, o autor se pensa e pensa o mundo rodeado pelo contexto invisível, alijado da percepção do erudito escriba, que não pode escrever o texto e ler, concomitantemente o contexto. Este João de bom barro,  criador da estória pensada, não narrada, poetizada, transtornada e transformada em história na hora de Hegel, despontando na dialética.
João Guimarães Rosa rasgava as palavras e pensava intelectualmente e sensivelmente a estória com onomatopéias, barulhos, ruídos  de monjolos, visões verdes de buritis, gente valente e demente. Gente, enfim, presente ( o ser) e ausente ( não assente no ser que dá o tempo, que é o presente ou presença de ser enquanto ente, algo manifesto aos sentidos ferindo o ser do homem ainda em absconsa apercepção : o tempo faz florir a apercepção, espécie de intuição kantiana.( O ser é uma luz do tempo e uma corporificação do espaço, em conceito-pedaço, indefinido na definição).
Deus tinha seu canto e nicho nestas estórias, absconso em tutaméias, entremeado com o diabo, o qual rodava, rodopiava  no pó que o vento levantava entre levante e poente : um pó de vestido a desnudar a mulher discreta e a sonsa : o diabo no rabo de saia, que saía solícito, sagaz, indecente do guante em que estivera enrodilhado com cordas de ventos alísios ou monções.
Não há em Guimarães Rosa um contador de estórias, mas um pensador de estórias, que a pensa solitário, em solilóquio, com o diabo na ponta do verbo ao invés do verbo ser Deus. O pensador de estórias ia, paulatinamente, se afastando, se arrastando para fora do do mundo fictício, desintegrando o onírico e o lírico  ao se transfigurar, imperceptivelmente, sub-repticiamente  em pensador da história, numa evolução insuspeita : o salto evolutivo da estória à história.
Com Guimarães Rosa a novela perde um narrador e ganha um pensador nada rigoroso, céptico, inconclusivo até a indiferença ou descrença no conhecimento falho por palavras rasgadas em versos cantantes nas bocas das Musas que estão no vento todo o tempo : um tempo transluar, trânsfuga, do que deveio do veio do presente e virá a devir no futuro co foco no presente, que carrega o corpo do ser, no anto da ontologia, que só pode ser estuda por um breve instante, um momento tenso-intenso, sem tensores ou sensores que a meçam, um brevíssimo momento de existência no bojo do ato e do fato, que se esfacelam, esboroam-se no líquido do ser. O ser líquido e o ser liquidado em grupo social.
A ontologia(ontologia!) é o fundamento de todo pensamento, conhecimento, saber, literatura, sensibilidade, ciência, drama, trama, poesia, estória, história humana; porém não tem contexto no poeta e no novelista e, por isso, estes a ignoram; ao contrário, o filósofo auto-consciente da ontologia, pois este o seu objeto, o seu contexto, seu texto. A ontologia cobre o microcosmo e o macrocosmo. Todo saber, todo conhecimento é, em princípio, ontologia. Ontologia..., mas o que é isso : ontologia?!
Diriam os incautos que é o estudo o a palavra do ser : o ser no "logos" "in loco" e em locução: em tese ou na posição em nenhum lugar geográfico ou geométrico do mundo, mas no nicho do homem : seus pensamentos ou mente frente à realidade e de costas à idealidade que oculta tal idealidade partida em fatia da realidade, sendo que nem a parte "realidade" é real, mas dado do real, da coisa dada, observada, lançada(objeto constituído pela substância do espaço e tempo que formulam o ser em outra expressão do espaço-tempo ou energia-matéria).
O ser é algo que observa e é observado, que está no estado e estudo da substância e fora da substância, bem como da energia que sobeja da ralação matéria-energia. Isso física, química, empiricamente; mas também, paradoxalmente, está fora do universo epírico, num universo mental, que nem é universo, mas um "locus" geométrico que não emana energia nem é emanada da energia, porem pensa o mundo em si, no ser, e fora de si, na existência, universo "paralelo" esse que acabou perfeito na filosofia acabada de Aristóteles, oriunda da tradição de Parmênides, Zeno, da escol de eleatas que descobriram o pensar d pensar, o pensamento debruçado sobre si mesmo e, posteriormente, numa superação do auto-conhecimento, do mundo exterior ou existência. O ser é plúrimo corte de realidade e irrealidade : balanço ou dança de ser e não-ser, cortes de instantes que não se juntam na mutação de matéria e energia. Dança cósmica, cosmogônica, cosmogonia.
No ser estão os triângulos e teoremas que tais, imortalizado no nome de Pitágoras : o não-espaço e não-tempo sem energia e matéria, sem substância mesmo ou com substância desconhecida, pois tal substância é o próprio pensar, nem chega a ser o pensamento ainda, mas um princípio do pensamento no pensar, o ato de exercitar a criação do paralelogramo, de onde provém a geometria substante-insubstante, que se sustem no nada mental e físico. O ser e não-ser na geometria por inteiro : um discurso ou pessoa do discurso nas matemáticas, aritméticas, álgebras em seu solilóquio assaz loquaz com o cosmos, ou o que o grego contextualizava no texto  como cosmos.
João Guimarães Rosa estuda esse ser que passa ainda agora à minha frente e que não consigo parar em seu fluir, senão usando a memória como expediente de memória falha, em miscelânea com a imaginação, as quais tentam em vão captar o vivo, parar o que não para, mas flui indefinidamente mesmo no vau do universo onírico. Esse objeto falso com memória de vida, porém não vida no instante dado em soma com o espaço momentâneo do presente tempo que envolve a presença no espaço, é o que estudamos e estatuímos como e enquanto objeto ontológico, o qual os cientistas julgam mudar de forma e teor com uso de nomenclatura ou terminologia,  denominando pomposamente e jocosamente o objeto da ontologia com o nome  de objeto científico, vez que não podemos parar o tempo e o espaço a fluir em rios, fluentes rios de Heráclito, o Obscuro, mas apenas cortar em pedaços de instantes no presente que traz a presença no espaço e tempo vividos; portanto, o objeto de estudo da ciência é o não-ser, algo morto e inexistente, envolto nas brumas do pretérito ou um ser já não em sua função vital de ser, ou seja, de sua existência exitosa já apartado, apenas restante em verbo, em logos, em cultos matemáticos, na tese do lugar geométrico, que é um nada cavado na mente, esse buraco de minhoca. Ser histórico para historiologia e historiografia, rasgos e restos do pensar enquanto vivo e no momento ou período o ser humano que assiste a presença a nascer do presente, nicho da vida em teia e cadeia ecológico, etológica.
A ciência estuda um objeto falso : um não-ser que se passa por ser que deveio e estar à devir. O artista arteiro do sertão não diz isso, mas pensa sem o contexto, que será objeto de ensaísta. O contexto é objeto do ensaísta fictício e real de Sainte-Sulpice, organista que toca outra arte no opúsculo. O poeta que escreveu, chorou o contexto que não pode ler, pois aquele que escreve está cego para a leitura do contexto que abraça o texto em lamentações de Jeremias, pois todo texto é uma escritura para o autor que se abre em leitura para o leitor sagaz : abre o ser genuíno em tese na escrita que acolhe o ser do escriba nos signos e símbolos e se oferece em sacrifício maia de leitura dúplice a erudito, que pode ler texto e contexto de imediato, fato e ato vedados ao autor do texto. 

profeta oséias amós oseias amos isaías isaias jeremias jonas joel
savonarola enciclopedia enciclopédia dominicano savonarola biografia in valquiriaestatua de valquiria equestre cavalo aladoviolinista azul celeste violinista azul celeste violinista verde verde violinista da clorofila fila clorofila verde ver
marcel duchamp mulher subindo escadas marcel duchamp mulher escadas pintor obra pictorica artista biografia obra vida
medusa de bernini canova dicionario filosofico filosófico juridico jurídico dicionário enciclopédico enciclopedico enciclopédia delta barsa enciclopedia delta barsa dicionario etimológico etimologico etimo etimologia onomastico dicionário onomástico verbete glossário verbete glossario léxico lexico lexicografia vida obra biografia pinacoteca arte medusa gorgona górgona mito mitologia grega mito terminologia cientifica terminologia científica dicionário científico a medusa de leonardo da vinci pinacoteca museu biografia vida obra do artista renascentista tisana tisnada teína wikcionario wikcionário wikdicionário wikdicionário dicionário dicionario onomastico onomástico filosófico filosofico enciclopédico enciclopedico jurídico juridico etimologico etimológico enciclopédia enciclopedia 
 
 

sábado, 13 de abril de 2013

LASCIVO(LASCIVO!) - wikcionário wikcionario

Dão-Lalalão de João Guimarães Rosa
com fortuna crítica de Paulo Rónai.
- Quer maior preciosidade?!
A obra do mestre e a erudição do crítico literário
e ensaísta da Santa Capela
que tirou este Brasil da miséria 

inanição intelectual
que, inobstante, continua a grassar.
Leio-a ( a novela) à capela (Sainte-Chapelle).
É uma das novelas enfeixadas em Corpo de Baile.
Leio-a quase lascivo(lascivo!).


Gosto de João Guimarães Rosa
porque é um super-artista das letras:
João, do barro do sertão,
das folhas do buriti
e das águas das veredas
- nos dá água para beber à cuia,
 faz-nos ouvir a água que toca sua música sem musa
 no rumorejo do arroio
que busca um rumo sem pejo;
oferece um trago no cigarro do matuto,
apresta e apresenta o sertão,
- não em palavras!,
mas em vozes de gente e natureza,
vozes que se pode escutar nas gramíneas,
tocadas pelo vento do oboé...

João do sertão põe-nos frente com as personagens
 feito fossem elas gente fora do teatro
ou das pessoas do discurso
( o discurso muda o curso
 e onera o ser humano em pessoas
 ou  personagens do rito teatral
ou do mito escrito
por escriba-rã,
escafandrista).

João, de barro do sertão,
apresenta a terra e o homem,
 não a obra e suas pessoas do discurso,
que se cala para o humano
na ciência política e no direito.
Apresenta o sertão em todos os sentidos
e para todos os sentidos alertas.


João, o batista de cá,
onde medra os campos gerais
e as minas que não há mais
desde o poeta mineiro desesperado
em lamentações de Jeremias,
fez qual um profeta que lamuria
um José que foi para o Egipto,

o José filho de Jacó,
que não era o Benjamim,

mas o penúltimo filho do patrarca.  
(Benjamim era denominação
para o último filho
- o caçula!
E então, José?!
- filho de Carlos Drummond de Andrade!,
poeta de uma minas
desmanchada do mapa ).

Aliás, sem e com vanidade,
eu me leio em alguns livros :
Os sofrimentos do jovem Werther, obra de Goethe;
Grande Sertão : Veredas( ou Grande Satã...
- metido entre um buriti e uma juriti?!...);
a poesia de Alphonsus Guimarães;
e, no Dom Quixote imaculado, na Mancha,
onde o autor é o próprio livro! -
e não Cervantes, aquele judeu errante...
- que criou o andante...
(Não existe Cervantes, 

mas o andante cavaleiro
a galopar um rocim fraco).

Sou o cavaleiro e o que monta o mulo,

o Sancho Pança,
rodando o mundo
nas patas do cavalo e do mulo
atrás de moinhos e de Dulcineia,
a única mulher amada pelo cavaleiro,

que não sou eu
- que amo a Dulcineia!
 
( Sou o godo ( ostrogodo, visigodo?)
- um bárbaro preso à escrivaninha
narrando gestas
sobre o lombo
de outras bestas).

Sou o poeta na escrivaninha
que olha a bem-amada
e quer a paz para sempre
ao lado dela.

A paz que chega,

passa e vai com ela!
 
Sou o profeta desistente
deste mundo de títeres e déspotas cruéis;
o vate que não clama mais por justiça
de forma renitente
porque seria ingênuo e inútil
crer em tais mitos humanos.


Agora sou apenas o homem
que, quedo e mudo,
espera na praia,
onde o poeta restou náufrago.


Aspiro tão-somente por um resto de paz
no berço que vejo nos olhos dela :
emocionados olhos negros
cheios de paixão e desejo ardente adrede(?)
da mulher que planta a minha vida
- na alma dela!
( Minh'alma se alimenta
do que ela produz em glicose
na relação de fótons e clorofila;
a alma dela 

- fonte de alimento
retrata-me verde, 

mantém-me e me devolve vivo
violinista verde violetado
na violeta dela...
( Ela que enfrenta corajosamente e confiante
o olhar do balisco
que  olha-a de dentro de mim
- do nervo óptico).


Um dia sem vê-la
é um noite cega.
Vê-la por alguns segundos
é esclarecer o sol
que deixa de se ocultar
em região obscura da alma,
lado negro da lua em mim.

Vê-la é vivê-la
ao menso em olhos,
conquanto eu a queira inteira
- nua em pelo 
corpo e alma...
 
O meu coração não está na Dulcineia,
mas na Cassia...:
única mulher que o basilisco aceita,
que passa incólume pelo  crivo de seus olhos
graças à sua imaculada conceição:
imaculada concepção...
- seu imaculado coração de mulher!

 Ela é meu mito
da Virgem Maria:
meu rito
da mulher real e idílica.
( O canoeiro da minha terra
idealiza o idílio(idílio!)
no rio da poesia,
mas ela realiza o ideal
na engenharia do amor
que beija e deixa-se beijar
na conjunção carnal

para além do carnaval
- para além do bem e do mal
do amém e do mel...
para além do céu!
- e da terra...   ).




Ficheiro:Gustav Klimt 016.jpg
profeta oséias amós oseias amos isaías isaias jeremias jonas joel
savonarola enciclopedia enciclopédia dominicano savonarola biografia in valquiriaestatua de valquiria equestre cavalo aladoviolinista azul celeste violinista azul celeste violinista verde verde violinista da clorofila fila clorofila verde ver
marcel duchamp mulher subindo escadas marcel duchamp mulher escadas pintor obra pictorica artista biografia obra vida
medusa de bernini canova dicionario filosofico filosófico juridico jurídico dicionário enciclopédico enciclopedico enciclopédia delta barsa enciclopedia delta barsa dicionario etimológico etimologico etimo etimologia onomastico dicionário onomástico verbete glossário verbete glossario léxico lexico lexicografia vida obra biografia pinacoteca arte medusa gorgona górgona mito mitologia grega mito terminologia cientifica terminologia científica dicionário científico a medusa de leonardo da vinci pinacoteca museu biografia vida obra do artista renascentista tisana tisnada teína wikcionario wikcionário wikdicionário wikdicionário dicionário dicionario onomastico onomástico filosófico filosofico enciclopédico enciclopedico jurídico juridico etimologico etimológico enciclopédia enciclopedia