Após a posse dela
A pose dela
Com guedelha de estrela.
Guedelha.
Mas quem é ela
Que não conheço
Senão na obra à Modigliani
Que pintei para a pinacoteca
Do meu Museu do Ermitão
Longe dos olhos-alhos do capelão
E do capitão do mato
E capitão da água
Sobre a corveta...?
Será ela a sereia
Que inexiste fora de minha mente
Pendente a poeta,
Pictórica sem pintar o impressionismo
Em mim um esnobismo ?
Será um consolo sem corpo?
Não sei, não a vi
fora de mim,
Mas sim fora de si,
Na massa de manobra, na manopla...,
Ó cara Amapola
com cara de Amapola!
Coroa de Caracala.
Cara ou coroa?
A mulher bela e virtuosa
É uma coroa,
Diadema e Cabeleira de Berenice
Que não se acabe
Cara a cara
Com Caracala.
“Caracalla”:
Titubeia, mas não diz o latim,
singelamente nomeia
o que vem da fala
que não cala.
Caracal (“Caracal caracal”)...
A grenha negra de Berenice
Não é a Coma de
Berenice
Com seu Diadema
A contrastar com a vela
- vela de branco
alvar
( parece que esta língua
Só dá o aceite, aquiescência
Ao alvacento do nevoeiro ou neblina
Que se inclina na clina do eqüídeo,
Eqüestre em sudorese ao sudoeste)
Do veleiro de muito uivar
Com a bigorna a ouvir
O latir do martelo
Osso com osso,
Em encontrão,
Osso contra osso
Em contraposição.
Pelo batuque desses ossos de ofício
do ouvido interno
Ouço a litania
Da ventania
Na velaria
Soprando as bolhas de luz
Da estrela Polar
Por onde ruma o nauta sem pauta,
Em velame de veleiro brigue
(Que brigue contra a brisa airosa!),
Velame-branco (
“Macrosiphonia velame”),
Em negro mar,
Mar Negro,
Ululante no lobo,
Lobo-cerval , serval africano,
Serval (“Leptailurus
serval”)...
Nem todos lupinos em alcateia
Vegetal no lúpulo
Procedimentar que são ao ras-do-chão,
Raiz - no processo da procela
Que se encapela no mar
- Mar de Omã...
Ó mar!
Oh! Mar!
De Omã,
de Sargaços
e de piratas,
flibusteiros, bucaneiros, corsários...!
não em pirogas...
Oh! Mar de amar
A vida inteira a estrela
alfa
Diadema na Cabeleira de Berenice,
Promiscuamente próxima
Ao espaço demarcado à
Constelação Lacerta
Ou Constelação do Lagarto, da Lagartixa,
Que lixa a parede-meia
( “meio barro, meio tijolo”)
Da casa meã ou pequenina
Tipo uma criança com seu tio-avô
A passar pelo passado do ser
Que não tem passado,
Mas apenas presente,
Porquanto é um pré-requisito do ente,
O qual é o ser manifesto
No fenômeno do ente
( “ontos”, em grego válido, o pensar
Do homem livre
E temerário ou
corajoso o suficiente
Para exercer sem par
a função de exegeta,
pois não vegeta sob
lições e ilações alheias,
Alienadas do seu ser
Que se põe ( tese) no mundo(lugar
Imundo de homens pusilânimes,
Em sua maioria espermatozóides falhados
Mesmo no ato de fecunda
o óvulo).
Depois dela,
Que malmequer,
Com o seu ovular
A formatar o lar
Meu mundo mudou
De sacro para mundano,
Sem dano de dona,
Por rasgo de um matiz
Que empós as alvoradas
Bem-me-quer , quando quer,
Com um pó amarelo
Que foi pintando-se em alvas
Para as malvas dela
alumiar
A lua
Que luta louca
Com vaga-lume
Em flor amarela
na lanterna
luzerna
flora amarela
Plantada em barras
Ou em levas
Que levas
Ao levante
Pós-Violeta
Letal
Que em Farol
De Alexandria
Amarelecia
Na pia noite
De escolhos
Sem escolha
Pra quem os colha
Na rota rota
Que leva a pique
O navio-fantasma
O calçado roto.
( Quem é ela : a função zeta de Riemann?
O poema “Tristesse” de Alfred de Musset?
Um Estudo em Mi Maior
de Chopin?...).
Empós a bela
mariposa amarela
De alelos genes
Sem leme
Ou manche
Que brigue à bolina
na Mancha
do manchego
A aspirar
A ser
em presença de tempo
galopante
grimpante
em andante
Cavaleiro
Andante
Foi avante
Como nunca dantes!,
Ó Dante Milano!
Pós-ela
Posterguei o cosmos
Que demudou
Em cosmético
Mirante e em mutação
na blusa amarela
que ela vestira
como se fora
bula papal
para minha leitura
exegética em amarelo floral
exibida em terra e água
plantado êxul da
terra,
êxule de geoglifo
petroglifada
hieroglifada
transcrita
em regra prescrita,
ínsita nas águas santas
do São Francisco
rio à montante
a caminho, à jusante(jusante!)
indo e rindo
do que rio
a fio d’água
E espio
A espiã
Que me ama
Com mama
E teta
Sem treta.
Êta!
Dos olhos dela
Em minha lapela
Capela radiante
Ficou da catedral.
Sob o sol
nos olhos dela
a cosmologia veio me transladar
em teogonia
e a demudar a cor
do meu latim
tinto
Tinte
Vinte
Vezes vinte
- com acinte,
Às vezes...
Outras vezes
Não!
- Senão vinte vezes
Mais
Por vez
Na conta
Que se fez
Ao Multiplicai-vos
E a crescer-vos
Enquanto Floresceis
Em seis d seus rácimos
Antes de fenecer a final...
Sim, ela
Senhora
Com o semblante
No céu
É senha
Para cometa
Que colidiu
Coligiu
Corrigiu
minha rota
rota
Roto sapato
De tanto
Andar torto
Par tonto
Por tanto
Que eu cometa
loucura
sem par
Sem pá
Sem pé
Nem cabeça
Sem PI
Nem roda de caleça
nem pó
- sem pó
Só
Estando
extante
Sob sol
De deserto
De desertor
Do amor
extenso
de mar a mar
a amar o mar
de Omã
e abrasar
o golfo
de Omã
em golfadas
lufadas...
ó mãe!...
- mãe de Omã!...
( Califado?
- Não : Sultanato de Omã).
Sem ti
O “t” ou letra “t”,
Um signo,
Fonema,
Fica sem ter
Ser
No tempo
Aberto à perspectiva
Ou prospecção
Filosofante
De Dante
Em guarda no guante
( Viandante
Dante
à sombra
Sonora
De Nietzsche
Sombrio
Sobranceiro...
Ah! sem ti
Corresponde a sem ela
Nos correios e telégrafos
E mal ti vi,
Bem vi o bem-ti-vi
A avivar a brasa da vida
Que vibra na víbora).
Após
O tempo
O pó
Do ser
Resta
Só
E nada temos mais
A nadar
No nada,
Narval, Nadal,
Rafael Sanzio
Em sânscrito
Escrito:
História do Istmo
Do Panamá
E da estima...
Na esgrima do poema algébrico
Em função zeta descrita (história)
Na série de Dirichlet,
Cuja forma está em equação literal.
Teria ela
No fundo
Uma função fungo
em amplexo com o alfa e o ômega?
( ENSAIO
O POEMA É UMA EQUAÇÃO
ALGÉBRICA OU A EQUAÇÃO ALGÉBRICA UM POEMA CIFRADO EM OUTRAS CIFRAS : DA LÍNGUA
E DA LINGUAGEM
A álgebra veio para substituir a matemática como linguagem instrumental.
A álgebra é uma linguagem para ler e
descrever o espaço e o tempo que se movimenta e move todo o espaço. Trata-se de
linguagem feita de símbolos e alguns signos de outros idiomas, como as letras
da língua grega, a qual fala, canta e diz por signos, com símbolos no
significado. A álgebra usa signos, mas não na função de signos, mas de símbolos
universais para o espaço e o tempo : seus símbolos ou significados estão nas
geometrias, que são os verdadeiros objetos de toda ciência, quando o cientista
está cônscio do que pensa e não somente do que faz, como é o caso da maioria :
homens alienados no engenheiro para se instrumentalizar como operadores de
símbolos na forma ambulante de algoritmos, o que em nada muda a realidade
pensante, mas apenas o “modus facienti”.
O engenheiro e o
matemático opera o homem instrumentado em si mesmo, com formação específica
para a profissão e os símbolos que tomam o corpo dos artefatos culturais que
rege a teologia, que não é um dizer, como no caso o foi a língua grega, uma das
poucas, senão a única a dizer e não apenas a falar e cantar. A ciência mensura
o espaço e o tempo(aceleração também é tempo) com essa linguagem-instrumento. A
matemática e, tampouco a ciência, te a função ou pode dizer, o que é normal,
vez que se exprimem com números que são símbolos e letras, na álgebra, que são
signos que não funcione como tais, em cuja origem está a geometria ou as
geometrias, porquanto a geometria não se restringe à euclidiana, tem a fractal
e inúmeras outras geometrias, que são puros símbolos do espaço e do tempo que
se move e movimenta o espaço, desenhando-o, sem dizê-los, porém medindo-o fervoramente, com ânsia de crente
religioso que aspira a uma verdade inventada, aventada pelos ansiolíticos.
O dizer, falar e
cantar vem da poesia e passa como dizer à filosofia, que aprimora este dizer,
que é um conceituar, um definir contornos intelectuais de objetos que refogem
às garras das geometrias planas ou fractais e outras tais ou não tal quais. A
ciência furta um pouco do dizer à filosofia, um furto qualificado e não
reconhecido jamais, as não o compreende sequer, pois não está em sua voz a
força de dizer o que disse a vetusta língua grega com os geniais homens que se
alienaram no poeta, no comediógrafo e no filósofo, bem como no pensador a
dizê-lo de chofre e com inspiração de gênio(artista ) da voz, no canto; da
palavra , na concepção ; do desenho, nos
signos e símbolos e do pensar, no dizer propriamente dito, que é algo árduo a
conceituar e traduzir do grego, exceto no caso da metafísica aristotélica, que
o desvela na gramática que sustenta a ontologia, o ser dito, pensado e
definido, enfim e um parco mensurar co estatísticas às matemáticas menos
confiáveis, fundadas na probabilidade, que não é nada, senão algo a ser provado
e que será provável que aconteça.
A paixão que orienta a filosofia grega vem da poesia
trágica, que a cria e realimenta, o que não coaduna com o espírito científico,
mescla ou mixórdia de tentar mensurar e tatear às cegas o dizer que ostenta nos
nomes co “logos” , que fazem os hesitantes biólogos, teólogos, entomologistas,
etc. Ficam a meio cainho do dizer e a meia hora do mensurar matemático-algébrico,
sem paixão, sem “pathos” e, logo, sem trocadilho de chocarreiro, sem pacto –
nem com o diabo! Diabos!
A álgebra é um poema escrito, vedado ao canto, à fala e ao
dizer, que declara e declama embevecido o amor, a paixão profunda do
matemático-poeta pela amada que está nos
contornos da geometria, como formas, e no espaço interno que esses contornos
fecham, que é o coração deste amor, seu conteúdo lógico-matemático, seu “logos”
em mutismo, em adoração muda pela Dulcineia Del Toboso, dama, senhora, do sempre Cavaleiro Andante Dom
Quixote de La Mancha, o cavaleiro de
triste figura. Que triste figuração eles não fazem! Todavia, não o fez Dom
Quixote, o versátil versificador, mas
sim Sancho Pança,o prosaico. Não o fez Max Planck...
O dizer é pertinente à filosofia, obra do filósofo : Aristóteles,
“opus” da inteligência requintada, capaz de sintonia fina; a fala nada diz :
espalha e aleita o burburinho da multidão que chega ao paroxismo na gritaria,
alenta o boato, alimenta a conversação das mulheres e dos mercadores – de Veneza,
desde Marco Pólo... – até a indústria da propaganda, a propalar mentiras com sofismas e
argumentos menos ou mais sofisticados que a sofística; do canto nasce a tragédia,
alma da poesia grega, canto do bode, que é o deus Pã, o Sátiro ou o Fauno
latino, menos que um deus, mais um símbolo da porção da natureza presente no
homem e fora deste nos campos, savanas, animais, vegetais...
O canto é uma paixão que canta e tange o drama, envolve o dizer
filosófico com o espanto sobre os mistérios do cosmos e o caos (este último um “deus”
que a ciência chama “entropia” ao contextualizar inconscientemente a divindade
grega que nasce do dizer em íngua grega,
a única língua que diz, transcendendo o falar da massa bárbara e o cantar do poeta erudito, que o que diz se
encerra no âmbito religioso ou místico moderado, não exarcerbado ). O canto não deixa de ser uma dança
em outro patamar. A dança é um drama. Um grande drama canta na tragédia : o
drama da morte, da sorte no mundo. Já na fala o que canta e dança é um
dramalhão grotesco, pequeno e ridículo, requisitado, requestado e revisitado amiúde pela comédia. É quase uma personagem
das personagens da comédia : a veia
cômica do histrião.
Do dizer quase nada ou pouco se tem a dizer porque ninguém sabe grego, exceto ao
nível de uma criança que está aprendendo seu idioma nativo. Das leituras
acuradas das traduções é que se pode apreender dos modos da língua grega ao
nomear o “logos” como o veículo do dizer, algo que está subscrito na língua e
não se fala, nem tampouco se canta, pois o cantar e falar grego não encontra a
língua desenhada num alfabeto fonético que se correspondam , tal qual ocorre no
latim ou algo assim similar. Não? Ou sim, senhores crentes eruditos, que não
enxergam o desenho dos caracteres gregos e latinos e se quedam no falar e no
cantar, cuja fonética é semelhante ao latim, que lha plagiou as vozes junto com
a filosofia menor, que se revirou em direito e religião, duas armas bélicas
para capelães de Napoleões famintos de glória. Napoleão foi destes, quiçá, o megalômano-mor, a dirigir, talvez, a nau dos Insensatos.
Quantos napoleões , em numismática, valem um Napoleão, em notoriedade? E quanto luíses (O luís, moeda cujo nome toma de empréstimo o nome do rei de França ; em francês : Louis D’or ( Luís
de ouro)), senhores juízes do juízo alheio, mas ineptos para julgar o próprio e
simplório juízo anão?!... ( O vocábulo “numismática” cabe na boca para “dizer”
a diferença e semelhança da fonética grega e latina. Em grego, numismática se
escreve νόμισμα – nomisma e se fala “nomisma”; em latim se fala e grafa “numisma”.
Disso se depreende que o alfabeto grego é, obviamente,
fonético, mas não tão fonética assim para a leitura do homem cultivado sob a
língua da Roma antiga, tempo do Império romano glorioso, jactante. Nem mesmo a fala grega pode ser traduzida para
o latim, língua a língua, o que nos deixa à míngua, a ver navios, fantasma;
imagine o que se diz, então, na filosofia e na física grega da época do estagirita?
Há um dizer que somente está escrito e não vem à tona pela voz.
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