quarta-feira, 16 de maio de 2012

UTÓPICA - wikcionario verbete wikcionario glossario lexicologia historiografia




Afirmar que a ciência e a técnica é a linguagem ou são as várias linguagens que a constituem, não é excessivo : enorme parte da linguagem é a ciência, de fato e de direito, a própria concepção bifurcada da ciência e da técnica.
O direito, no Brasil, é um arremedo de ciência, mas não tem qualquer status cientifico justamente porque não é justo; e se não é justo, não é ciência, pois a ciência é justa e somente pode se vestir ou travestir de justiça ou nos arredores dessa concepção algo idílica, utópica, idealizada. Ela, a ciência, carece desses sonhos para se revestir de caráter cientifico; esse mundo onírico é a tecitura dos seus requisitos básicos, basilares. 
A ciência não existe sem linguagem, utopia, idílio e ideal ou ideação ;é um "pathos" tal qual o amor, a paixão desmedida, injusta, porém com foros e delírios de justiça e nobreza máxime quando envoltos na atmosfera do sonho os lovelaces, os enlaçados, enredados  na teia , os enamorados. A alma da ciência é um gás nobre ou está impregnada dos gases nobres enunciados na Tabela Periódica dos Elementos de Mendeleiev que, com a dita tabela, prova a existência ou realidade do  tempo e do espaço, este enquanto um buraco ou um junção do tempo em energia que se entrechocam formando matéria, na velha equação de Einstein-Planck, que goza do privilégio injusto, injustificável,  de ser somente da lavra do relativista.
Óbvio que  a ciência tende à farsa, essa arte inata ao homem ( e a mulher!!!...), necessária à cultura e à sobrevivência humana enquanto grupo social, político. A farsa é a mole do edifício que sustem toda a estrutura, o arcabouço do projeto e da realização da engenharia na Cúpula de Santa Sofia social, uma edificação que não se pode ver por trás da mole do prédio original de alvenaria, cantaria. Um cantaria na pedra, outro no projeto social-político que embasa as relações humanas de Hobbes a Nietzsche. Um percentual de 99% da ciência comunicada ao público alvo é pseudo-ciência, restolho, refugo cientifico dado aos porcos na pocilga, a fim de que possam chafurdar na lama sem consciência pesada ou má-consciência conforme gostava de falar Nietzsche que bem sabe do sabre pairando sobre as cabeças coroadas ou com tonsuras originadas no tempo ou no rito de tonsura.
A dose para se lograr um razoável grau de ciência é tarefa hercúlea, está entre os doze trabalhos do herói, de Héracles e raro tem parâmetro porquanto escassa, escasseia a produção de ciência e está cada vez mais a escassear, vez que a técnica escamoteia e, além de escamotear,  obscurece, vem a obscurecer,  ou enobrecer a lividez da ciência. Achar o calibre certo ou aproximado entre a linguagem, a utopia que é inerente à linguagem e às linguagens, o espaçamento idílico e o ideal, dentre outros itens não citados, é patinar quase na impossibilidade de por a ciência no mundo, sem falar na política e outros elementos sócio-econômicos de força, além da camisa-de-força do direito que vige em toda terra e domina o homem, em sua maioria, pois o direito é postulado em função de uma minoria privilegiada, ou seja, senhora dos direitos do direito e do direito posto em lei : direito positivo ou de fato, sem trocadilho com a questão de fato e de direito, que é pura ciência, até onde a dose meça a peregrinação à Meca sagrada.
A linguagem abriga ou alberga tudo o que é humano ( cultural ) dentro de si, na sua atmosfera ou hidrosfera, num oceano sub-lingual, escrito ou fonado : consoante palatal ( consoante linguopalatais ), fricativa dental surda não-sibilante, fricativo labiodental surdo oclusivo, alveolar, consoantes pulmônicas, ejetivas, implosivas, cliques, etc. : tudo "consoante" o alfabeto fonético internacional. Apenas não tem asilo ali o que é nato. O "h" é letra diacrítica.
Eis uma sumária descrição de ciência que, enquanto arte, fala e grafa ou desenho signos, substituindo símbolos e imagens, os quais introjeta.

(  A linguagem é o homem

posto na cultura
nu de antropologia
- que não seja rasgo linguístico :
etnologia densa e difusa
( fuso o horário
difuso
na fusão do parafuso
fusco
lusco
luso
dentado
farpado
auto-atarraxante
- parafuso-biela!

A linguagem que é a língua

falada e escrita
contém várias linguagens
no bojo de um mesmo idioma
- linguagens amoldadas
a essa língua genérica
linguodental

No palato o canto

com a palatização
no sopro do oboé
que é
e dá  ser
que aflora
na linguagem
e nas linguagens candentes
incandescente

O soprar do arcanjo no fagote

que dança no espaço escalar sonoro
vectorial
feito um palhaço
um trapalhão
- o pobre fagote!
tetrarca em fagocitose
para virtuose
que tosse
e tose
no que tosa
- a tosa
da ovelha
velha
que engelha
ajoelha
espelha
o dossel e a ranhura do abismo
na água do lago
gago
aziago
que afago
- o gajo!
( engajo?!
engajado!
engajar?!...)


A linguagem é o ser do homem

e o ser que o homem dá às coisas
aos entes
duendes
doentes
- ser sem sopro de trompas no corpo
enunciando o anjo
anunciado
com trombetas sonoras
de flores amarelas-goiaba
- de um amarelo-goiaba
beirando a podre
( odre no chão
de São João
do limão galego
- um balão
metereológico
ilógico
e nórdico
com pórtico
para goiabeiras enfloradas
sobre o muro antigo
e o telhado quebrado
da casa velha
alquebrada
abandonada
aos fantasmas camaradas
- comunistas! :
sem-terra
ou teto
para arquiteto
inclinar a cabeça
e dormir o sonho de lua
falciforme
à Joan Miró
em brasa na treva da noite
do gato preto
ao rutilar branco de escarcha
na estrela que pisca
o olho enamorado
no xadrez
de-dia-e-de-noite )

A linguagem não é

nem cerra ou encerra
o homem no amarelo goiabada
ou no escarlate goiaba
latente no vermelho
bichado
parte gusano
anjo-bicho que é
mas não está postulado assim
em linguagem
que o amarra na quilha do arcanjo
qual barco a vela
emergido do oceano onírico
surreal
surrealista
de Salvador Dali
- ali em mim
e também aqui
em ti
posta a linguagem
com suas infinitas variantes
cefeidas

O gusano entretanto

tem sabedoria escrita em código genético
harmonia interna e externa de movimentos
sem conflitos e embates
pois prescinde de linguagem exterior
jargão
jergão
nomenclatura
terminologia
lexicografia
lexicologia
verbete
dicionário
glossário... :
e, concomitantemente,
não  processa conhecimento conflitante com a sabedoria inata
congênita
- não se retorce duas vezes
nas vascas da agonia
do conhecimento incerto
perdido na linguagem
olvidado nas especialidade das muitas linguagens

O gusano

o verme
a ave
o gato no preto do branco
do olho no fundo funcho
( Foeniculum vulgaris)
- uma umbelífera aromática
colhida na bacia do Mediterrâneo
- glauco
no seu verde a mar
- glauco de glaucoma
quando não é verde
- o verde para os olhos
sem a mensuração dos raios
para esta cor a mar
devido a obstrução do humor aquoso
nos olhos de um Glauco mítico...
- enfim,
retomando da digressão :
o gusano e outros insetos
e animais que  o latim não seccionou
não rendem culto à ciência
que é apenas a parte da sabedoria
com linguagem inventada
pelo homem
- este Glauco
ou Clauceste
celeste
nefelibata
suicida
inconfidente
refugiado no Lácio da língua
no lastro de chumbo dos alquimistas
no deus das saturnais
festividades celebradas no solstício de inverno
( esse o tempo marcado no compasso do ritmo),
na conjuração...
ó Clauceste Saturnino!
- Satúrnio! :
Senhor na noite negra e fria
- do suicídio 
perpetrado no cárcere

A história do homem

sofre a bifurcação
de ser a historiografia do crime
aflorada sem código genético
- regime  natural este
que dá o tom da norma natural
com tinta de DNA
- que pinta de guanina!
e  desbota a sombra do crime
e do pecado
na bota
e no bota-fora

Animal não tem história

que não seja natural
portanto não perpetra crime
está livre do pecado, padre!,
porque no bicho
tudo é saboreado
na escrita dos genes
que move a arara azul
corpo e "alma"
- pagã! :
Sem latim para Vulgata!
e direito canônico
para Cláudio Manoel da Costa!!!... :
Direito que não lhe valeu de nada,
ó poeta conjurado! :
 
Árcade
Hoje  os inconfidentes
são os mesmos entre-dentes
com a faca nos dentes 
e no peito ameaçado pelo carrasco
- os mesmos! no rilhar dos dentes
para Tiradentes  
e amanhã não será outro dia
mas o velho dia de sempre :
o Ancião dos Dias
que o diga
nos dias que se seguirão aos dias
para um futuro sem futuro social
historial

- Só mudaram os dedos
que vieram a fenecer 
nas maõs dos eternos verdugos
que comandaram o mundo
e continuam a comandar 
com os dedos redivivos 
de sua prole 
- sempre de machado em punho
espada em riste
prontos para a decapitação
no cadafalso
para maior glória de Deus
e espetáculo para a plebe ignara
ordinária
sob as varas 
do varão  ou dos varões vigorosos
senhores de baraço e cutelo 
para os quais passaram os anéis de ouro
cravejados de diamantes 
safiras...)

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