O amor é impossível
Tal qual o direito
só pode ser posto enquanto direito positivo
- em lei
no mundo
dos fatos
cantados-contados
nos dois racionais
ou duas razões :
uma que versa sobre a qualidade
- para palavra e conceito
que faz a filosofia ( ontologia, feonomenologia...)
e outra versátil sobre a quantidade
que faz contar-cantar a razão matemática
( que este é o universo
que nos chega
em fenômenos )
O amor só pode ser ( e inexistir )
sob leis pesadas
graves
- sob o teto da gravidade estelar de Newton
e na tocata e fuga em gravame magno de violoncelo
com violoncelista posto em contraponto desesperado!
- contrapondo-se
com toda a dor!
( a dor física e moral
com toda a força da vida
e da morte!
Ai! que o amor
é uma paixão sempre jovem!, juvenil
Velhos não amam
porquanto o amor não é paixão senil
- anciãs com cãs ( sem dançar cancan )
aguardam a morte piedosa
- essa outra hora dolorosa
com o rosário de Nossa Senhora das Dores do mundo
no coração dos homens
e das mulheres viúvas que sofrem tanto
que é um espanto!
- para além da paixão e do espanto
contido em toda a filosofia trágica grega
cantada na cantata da tragédia! )
O amor ou o direito
estão fora das relações sociais
alijados da existência
Não é objeto de sociologia
que é uma das linguagens
que assume a ciência protéica
( do deus proteus)
porque somente pode ser estudado
enquanto ente
ou objeto fenomênico
mas não enquanto ser
na ontologia
cujo objeto
é inexistente
assim como a teologia
que estuda o ser
que é um fenômeno
fora dos fenômenos naturais
- é mero fenômeno mental
ou fenomenologia desenhada em conceitos filosóficos
geométricos
no ser do triângulo
e outras figuras geométricas
ou no ser supremo
- sempre o inexistente ser
o sem-objecto real
não-fático
porque o ser
- não é objetivável
apenas subjetivável
( o fenômeno do ser
faz o ser do humano
no barro adâmico da fenomelogia
ou no processo fenomenológico
que estuda a ontologia
ou filosofia que adota o estudo do não-ser
ou não-objeto
que o ser e o não-ser
é o mesmo objeto do nada
- o nada mental
o único a existir-inexistindo )
O ser é um mistério
que intrigava o grego antigo
pois não está posto fora
no ente que aparece
porém oculto no ser-em-si
que não vem de cambulhada
impresso no fenômeno
mas somente é cuspido em frases
pelo pensamento
que o aliena assim
a cusparadas na escarradeira
( que o amor e o direito
na existência
é um estar fora da idealidade
- Já esteve dentro
da realidade?! )
a sujar-se nas relações
enxovalhar-se
conspurcar-se com o outro
torna-se impuro
como a água fora da química
entre os sais minerais
mesclada a sais
que a integram na relação com a terra
- a qual a leva em grandes levas
longes plagas do enunciado químico
- simplório enunciado na fórmula do H2O
o qual enuncia um ente mais próximo do ser químico
algo quase ou meio-imaginário ( algo centauro )
- mais próximo de uma realização mental
ao abstrair infindos enlaces inevitáveis
que de qualquer realidade comum
trivial
banal )
O amor como o direito
não é passível de realidade
nem realização
porquanto sua essência está na idealidade
Exime-se de relação
O amor
na sequência cantada da existência
perde a ideia
ao inflar a forma geométrica
num corpo de matéria
social e anatômica
- e atômica
antes de tudo
e de mais nada
Quando em essência
o amor excede à utopia
derrama o idílio
na água do rio
na mágoa do estio
- estival...
Entorna o ideal platônico
nos iluministas
nos neoplatônicos
nos enciclopedistas
em Marx...
pelos pelos pubianos dos poetas românticos
( de Cuba ou não )
- Jesus!...
em Jesus
na cruz
das crucíferas
anti-dolorosas plantas rastejantes
- ao rás do chão
Amor nem na Acácia
unha-de-gato ( "Acacia bonariensis")
nem em Cássia ( "Cinnamonum cassia" )
- calhandra
a qual calha
cantar
mas não amar
- o mar que de tanto amar
foi a mar..
oceano
nada pacífico
- nem onde nada o marlin
em mim
dentro de mim
- que sou marlin
e mar vermelho
escarlate oceano
aonde late
o meu coração carmesim
- assim latindo em latim
de marlin
não por mim...
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