Meus pensamentos,
que são os pensares e pesares do ser humano
ilhado em um indivíduo,
um Robinson Crusoé qualquer,
- esses pesares em elegia
e pensares em filosofia,
que vão à distância que vão os ventos vãos
e mesmo chegam até onde aporta
a nau que os leva leves,
grafados em luz,
fotogênicos que são,
- deixarei, deitarei em signos,
pois são atos mudos,
surdos-mudos,
realizados por mim através da escrita,
os quais te o teor de discursos
para capitães de longo curso,
de corveta e nau capitânea,
ou corsários e piratas incursos
na liberdade que livra e enlouquece
até vir a policia de branco e cáqui ou preto
jogar o vetusto xadrez do inconsciente demente.
Tais signos deixarei aos leitores e musas
encarregados do levante
da mente do que tombou na tumba,
quais se levantam cascavéis ziguezagueantes
nas areias do deserto mudo,
mudando duna a duna,
o que coaduna com o que dura
grafado, geoglifado, petroglifado ou hieroglifado
sobre objetos insólitos
e não sólidos,
os quais realizam travessia
pelo universo natural da química,
pois signos são mudos,
tartamudos, surdo-mudos,
que, entretanto, podem suscitar
os significados e símbolos nas vozes
das musas, dos homens ou dos instrumentos musicais
que os erguem do limbo
ao solo do oboé ou violino,
em solo de solista humano,
quer seja soprano, tenor, barítono
a chorar em bom tom
com olhos postos
no orvalho da madrugada
que cai em solo
e cuja cantilena é madrigal para besouro,
rumorejar de riacho que ri
para coleóptero oculto em madressilva,
todo iluminado,
buda que é
- no vaga-lume e pirilampo
em campo ancho
- no angico
que abre outro campo,
extra-campo verde,
com violonista enamorado,
ébrio da bebida da madrugada
iluminado por livros medievais (iluminuras)
e pirlilampos-budas em nirvana.
Meus cantos e discursos
terão "voz" e vez também
no silêncio dos olhos e da mente
de quem os lê,
pois empós as auroras
dos meus 96 anos de vida
a fala deles será falha mnemônica
que será apagada da memória,
bem como todo o resto
que ficar pela terra
- e que é terra
também em terracota,
que artefato somos
nas mãos e mente da cultura,
porém não no mutismo dos signos,
que não levantarão minha voz,
mas máxime meu pensamento
no DNA dos signos
que continuará ritmando
e cuspindo de si, sem boca,
sem nota musical ouvida,
símbolos que são serpentes
se o ser da víbora
que ziguezageia na areia tórrida do Saara
que ara um camelo e um dromedário,
num oásis. Oh! Oásis!
que sabe o que é um oásis?!:
o beduíno, o camelo e o dromedário...
- Até que a língua da água
fale e cante
e desmanche os sulcos do código em areia
desenhados no poema à Virgem por Padre Anchieta composto
e proceda à erosão da língua!,
a final...
- antes que a cal
caia do caos
e a nau
nade nua
até a praia
e deixe ao náufrago
a morte do homem,
que prenuncia o fim do tempo,
o qual destrói o espaço
tal qual uma fissão nuclear
de longa e longânima cadeia,
que medeia a Medeia,
infeliz Medeia!
O canto em signos
não serei eu
nem minh'alma de gato,
todavia sim uma cerimônia do adeus
presidida pelos bardos
cobertos de cardos, nardos, dardos, fardos...
quando o pensamento atravessar a pedra
em aporia à flecha de Zeno de Eléia.
Paradoxo. Paradoxo de Zeno,
aceite por todos os antigos,
excepto pelos Eleatas.
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