sexta-feira, 20 de março de 2009

ANTIGAS CASAS AZUIS

Velhas casas onde morei /
cabanas ao sopé dos sonhos /
onde não fiz morada sob sol e sob ervas verdes /
ervas chiando verde por escabelo /
e sol por cabelo /
ervas ao som verde do violino verde do Violinista Verde /
as casas velhas se emendam em sonhos /
os meus sonhos ligam as alvenarias dessas cabanas /
como o cimento ou a cal ligam tijolos /
choupanas e castelos onde sonhei morar /
casebres ou palácios que habitei sobre o solo onírico /
casas com ervas subindo ao muro /
pelos cabelos naturais de Rapunzel /
cabelos na cor de limo e lodo /
com ervas subindo ao muro /
ervas coladas ao muro como o tijolo /
preso aos demais tijolos pelo cimento ou pela cal /

Velhas casas onde morei /
cabanas ao sopé dos sonhos /
onde não fiz morada sob sol e sob ervas verdes /
ervas chiando verde por escabelo /
e sol por cabelo /
ervas ao som verde do violino verde do Violinista Verde /

Casas velhas se emendam em sonhos /
os meus sonhos ligam as alvenarias dessas cabanas /
como o cimento ou a cal ligam tijolos /
choupanas e castelos onde sonhei morar /
casebres ou palácios que habitei sobre o solo onírico /
casas com ervas subindo ao muro /
pelos cabelos naturais de Rapunzel /
cabelos na cor de limo e lodo /
por onde ervas subindo ao muro /
ervas coladas ao muro como o tijolo /
preso aos demais tijolos pelo cimento ou pela cal /
na invasão paulatina da natureza /
que toma de assalto as muralhas do castelo feudal /
com soldados e bárbaros de limo e lodo /
que vão ocupando suas posições /
enquanto o muro e as paredes da cabana /
vão sendo repintadas na tinta do limo e do lodo /
usando as "patas" das lagartixas" como brochas /
e as bactérias que descem de pára-quedas nas gotas da chuva /
de operárias misturando tintas em silêncio /
na indústria do silêncio escondida pela natureza /
em qualquer nicho /

O limo e o lodo são verdes relógios /
que mensuram o tempo natural /
ao sabor e cheiro verde vegetal /
relógios naturais grudados às casas velhas /
às choupanas ou palácios mais recentes /
relógios presos às pedras /
que chama a erva na primeira oportunidade /
em que abre uma fresta na alvenaria /

As velhas cabanas construídas na aldeia do meu sonho /
tem um pouco de cada uma e de todas essas casas /
são essas casas arquitetadas em cada sonho /
como se fosse todas as casas reunidas numa só /
sempre com a arquiterura misturada simultanemante /
e no sonho~não parecendo ser uma casa só /
Aquela cabana em que sonhei na última noite /
parece ser uma só com todas juntas /
e nenhuma delas juntas mas cada uma separada e unida
na cal misteriosa do sonho /
preparada e inventada na aldeia do sonho /

As velhas choupanas e castelos medievais /
onde morei dentro e fora da aldeia do sonho /
aldeia que fica inacessível ao mundo /
porque somente eu tenha pé para chegar ao pé dela /
ao sopé dos montes que guardam a aldeia /
algo um pouco ao sópé dos Montes Urais /
são cabanas escritas no limo e lodo /
verdes relógios que marcam a natureza /
ao invés de marcar o tempo físico ou abstrato /
casas escritas na notação musical /
e somente acessíveis à leitura na forma desses signos e símbolos /
cabanas silentes que somente Beethoven e os poetas ouvem /
porque são ouvidas por dentro /
para além do som do martelo e da bigorna /
que governam os ouvidos neste mundo /
mas não determinam os ouvidos inventados na aldeia de dentro /
a aldeia que repousa em sonhos /
toda a noite e todo o dia /

( ROTEIRO DO POEMA : aldeia - Marc Chagall - violinista verde - azul - violino celeste - Chagall - biografia - esposa - Bella - Valentine - Vava -aldeia - russa - sonho - Chagall - artista - judeu - russo - surrealismo -sonho - onírico - Freud - Salvador Dali - Anjo Azul - Surrealista - vida - obra - gala - biografia - Dali - espanhol - pintor - artista - sonho - onírico - ervas - herba - erva daninha - erva santa Maria - erva mãe - boa - ervaçal - erva - cidreira - de bicho - das bermudas - da guiné - erva da trindade - amor - perfeito - bravo - erva de Nossa Senhora - ervado - ervadura - curare - ervagem - ervaçal - erva - mate - ervanaria - herbanário - ervanço - grão de - bico - erva santa - ervilha - cheiro - trepadeira - herbácea - malva - poejo - artemísia - erva cavalinha - majerona - alecrim - manjericão - hortelã - funcho - salsa - dente de leão - beldroega - tanchagem - erva - sabugueiro - bardana - alfazema - boldo -camolila -
confrei - losna - sálvia - babosa - saião - cebolinha - verde - erva - arruda - cânfora - sete ervas - Otto Hahn - Griebel - Otto - motor - ciclo - Hahan - gribel-griebel - Otto - griebel-gribel - gribel -Hanh - Hahan-Gribel - Hahan -Griebel - Otto - Hahn - Griebel - Gribel - Hahan - Gribel - Otto - Gribel-Hahan - Otto - Hanhan-Gribel - Otto )

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