quinta-feira, 19 de março de 2009

FENOMELOGIA DE POETA

FENOMENOLOGIA DE POETA
Raramente andamos por um caminho agradável /
onde as pernas e os pés não sentem dor /
o corpo nada sente de incômodo /
e ervas encimadas por flores azuis /
vigiam as cores e o espectro solar dos canteiros descuidados /
despojados como monges e monjas carmelitas descalças /
aos quais nada neste mundo incomoda /
porque vivem na comunhão da aldeia dos anjos /
Neste dia passando por este caminho do corpo /
vi flores azuis emergindo na cabeça das ervas /
dançando qual satimbancos num espetáculo de rua /
E as florzinhas olhavam e piscavam raios de sol /
como se fora alguém olhando do olhar azul de Pablo Picasso /
a moça bela debruçada à janelas dos olhos /
de onde uma pomba arrulava e girava em torno de si /
Um caminho feliz está do outro lado do sol /
sobrevive à sombra em flor das casas /
e seu tempo de caminhar acha a hora na harmonia em fuga entre o sol e o céu /
a hora da pomba na manhã bicando o silêncio e a calma das ervas daninhas /
e das ervas com boninas no ápice da fluorescência /
O caminho para sentir o cheiro da felicidade /
vive subjacente à manhã /
talvez antes da aurora banhada pelo arroio de orvalho /
ainda nas cordas dos violinos que arquitetam Stradivarius na barra da alva /
na mixórdia entre noite e dia em confluência na barra da alva /
que separa sépalas e pétalas de flores negras feitas na matéria das trevas /
das floradas brancas ao estilo flor de laranjeira odorosa /
que vêm aos borbotões na guirlanda do dilúculo /
Essa é uma vereda que sai caminhando do sonho /
vem de longe, das sombras escondidas na aldeia do sonho /
na figura de um poeta andarilho compondo uma ode /
não com as mãos mas ao tracejar o caminho /
em mapa rumo ao tesouro da vida /
que é a poesia andarilha e maltrapilha /
em caminho livre e sem pesadas, graves máscaras de ferro /
atarraxada ao rosto no fundo das masmorras da torre de um castelo feudal /
A poesia é este caminho decodificado em signos /
caminho simples /
vôo de pombas leves /
na fenomenologia da vida /
Fenomenologia que se passa no espírito do poeta /
e que ele decodifica no estudo da poesia /
na ciência misteriosa de viver e perceber /
o caminho que desce no rio do sangue /
mar de glóbulos vermelhos /
atravessado por Moisés e o anfíbio povo de Deus /
( a vida na fenomenologia do poeta /
é tangida por músicas apropriadas ao drama /
tal qual ocorria no teatro grego antigo /
ao som dos corifeus /
como acontece hoje no cinema /
ao tom de músicas eletrônicas )
Neste caminho da flor azul matinal pelo qual passei ontem /
muita vez fico pensando /
se eu não era mais feliz /
num tempo em que minha vida escureceu /
no tempo da eclipse que assombrou meu caminho /
quando meu filho estava preso /
e minha filha na distância roubada /
a tantos passos trôpegos de mim /
que sentava livre e solitário num botequim /
e escrevia que bebia vodka /
mas bebia mesmo era cerveja /
fumava muito e olhava para o sol do zênite ao nadir /
Quando depois do poente vinha a noite piando na coruja /
passado o crepúsculo : a noite com asa de morcego /
lançava sons na fenomenologia dos meus ouvidos moucos para o mundo /
porquanto eu somente ouvia (bêbado!!!) os lábios da felicidade sussurrando /
emitindo ondas eletromagnéticas /
que me permitiam andar sobre flores azuis /
sem quebrar sequer o caule mais fino de uma erva /
nem ferir de leve alguma flor /
na fenomenologia da poesia /
que era a natureza plena em mim /
tanto que eu nem precisava pensar mais /
nem sofrer da paixão de Cristo /
O fenômeno da felicidade /
que somente ocorre na vida psíquica do poeta /
é este caminho no qual os passos foram felizes /
num tempo em que o corpo está funcionando em perfeita saúde /
que é o que traz paz e harmonia /
e deixa o homem livre de cuidados /
livre para ser o que pensar /
embora esse ser jamais se manifeste senão em pensamento /
e jamais no mundo real /
onde os indivíduos lutam politicamente /
economicamente e esportivamente /
para conquistar seu território de animal /
Esse caminho feliz aberto no portal do tempo numa manhã feliz /
com hormônios funcionando extraordinariamente bem /
demonstra o que é a felicidade /
propicia ao poeta o conhecimento da fenomenologia de seu espírito /
porquanto é o estudo do seu pensamento pelo próprio pensamento /
e não pelo pensamento expresso em doutrinas de outrem /
Esse caminho é como a mulher ideal /
que está sempre caminhando dentro da idéia /
que é uma mulher que jamais sairá para fora de sua mente /
pois mesmo que se engravidasse dessa mulher ou homem /
e ele ou ela viesse à luz com carne /
trairia como filho ou filho /
ao pai e à mãe /
que é do ser humano ser solitário /
e somente encontrar a felicidade /
no caminho que leva o homem à idéia /
onde vive em pensamento numa aldeia /
a mulher sonhada /
a amada ideada /
que só pode amar dentro do ventre mental /
e passear lá fora apenas dentro da obra pictórica de Modigliani /
A bem-amada se encontra à espera no caminho que leva à idéia /
onde se chega a uma aldeia abandonada na imaginação do poeta /
que vive eremita em cada um de nós /
ermitãos esquecidos sob as barbas das ervas de flores azuis /
e mesmo sob ervas imberbes ainda conectando chuva no rastro do vento /
que penteia o cabelo da boneca no milho
A mulher gestada na idéia de cada homem /
não pode descer a este mundo contraditório /
não pode cair como um anjo neste mundo dialético /
onde poderia se alienar e corromper na imundície da matéria /
deteriorando o amor puro de uva ideal /
o vinho e a vinha de Champagne em bodas transcendentais /
nos sangues que não se misturarão no ritual sexual do corpo /
A mulher ideal terá sempre que ser a outra /
a mulher escondida no segredo do homem /
no seu santíssimo inviolável /
a mulher da qual o homem sempre estará à espera /
grávido, gestando a idéia perfeita da amada /
porque ela não pode ser rebaixada ao mundo fenomênico /
onde a carne envelhece e envilece /
e apodrece até vir os abutres e as hienas e o chacais /
mesmo nos anjos que caíram ao chão /
e se arrastaram em ervas diabolicamente daninhas /
e também pelo solo coberto de ervas encimadas por boninas /
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